
Ministro da Saúde, José Miñones
Christine Olsson/EPA
Espanha acabou, esta terça-feira, com todas as medidas extraordinárias que adotou por causa da covid-19, como a obrigatoriedade de máscaras em unidades de saúde ou farmácias que ainda tinha em vigor.
O Conselho de Ministros de Espanha deciciu decretar "o fim da crise sanitária ocasionada pela covid-19", o que implica que caem "todas as medidas extraordinárias" que lhe estavam associadas, como a obrigatoriedade de máscaras em determinados locais, afirmou o ministro da Saúde, José Miñones, numa conferência de imprensa.
O ministro destacou que, porém, é "importante manter a cultura de responsabilidade adquirida ao longo destes anos" e que "o uso de máscaras e outras medidas higiénicas devem continuar presentes" no dia-a-dia de pessoas com sintomas de infeção respiratória.
As máscaras continuam ainda a ser recomendadas em contextos de saúde, sobretudo em unidades de cuidados intensivos e outras destinadas a pessoas vulneráveis, em espaços fechados partilhados como salas de espera e por profissionais que cuidem ou atendam pessoas com determinados sintomas e doenças, entre outros casos, afirmou José Miñones, que defendeu ser também uma questão de "senso comum".
O Conselho de Ministros recomenda ainda o uso de máscaras e a adoção de "precauções adicionais" em lares de idosos ou outros serviços de apoio a pessoas idosas sempre que houver sintomas de infeção respiratória entre profissionais e utentes.
Espanha acabou assim com a situação de crise sanitária por causa da covid-19 mais de três anos após o início da pandemia e dois meses depois de a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado, em 5 de maio, o fim da emergência global para a doença.
A medida tomada por Espanha esta terça-feira já foi adotada por outros países europeus, como Portugal.
José Miñones considerou que Espanha tomou esta decisão por causa da evolução da própria doença (que está estabilizada e com taxas de internamento inferiores a 1%) e da menor virulência da variante atual do vírus que a causa, mas também pelo alto índice de vacinação completa contra a covid-19 no país, que abrange mais de 93% da população.
"As vacinas salvam vidas", afirmou o ministro, acrescentando que uma vacinação tão elevada não teria sido possível com "antivacinas na administração".
Espanha terá eleições legislativas nacionais antecipadas em 23 de julho e a pré-campanha tem estado dominada por acordos do Partido Popular (PP, direita) com o VOX (extrema-direita) para a formação de governos regionais e municipais, na sequência de votações em todo o país no passado dia 28 de maio.
No âmbito desses acordos, o VOX tem indicado pessoas para integrarem governos ou presidirem a parlamentos regionais que são negacionistas das vacinas e das alterações climáticas, ativistas contra o aborto ou que dizem que a violência de género não existe.
Segundo dados da OMS, até 28 de junho, foram registados em todo o mundo mais de 767 milhões de casos de infeção com o vírus da covid-19 e 6,9 milhões de pessoas morreram com a doença.
Em Espanha, há registo de 13,9 milhões de casos e 121.724 mortes por covid-19, segundo a OMS.
