Ex-ministro espanhol em prisão preventiva por suspeita de corrupção durante a pandemia

O ex-ministro dos Transportes de Espanha e atual deputado José Luis Ábalos
Foto: Javier Soriano/AFP
O ex-ministro dos Transportes de Espanha e atual deputado José Luis Ábalos, antigo braço direito do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, foi colocado em prisão preventiva por suspeita de corrupção durante a pandemia de covid-19, anunciou o tribunal.
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Com esta decisão, José Luis Ábalos tornar-se o primeiro deputado espanhol em funções a ser preso preventivamente, sendo que o tribunal também impediu a possibilidade de pagamento de uma fiança para ser libertado.
Segundo a mesma fonte, o seu ex-assessor Koldo García, que deu o nome a este extenso caso -- designado como "Caso Koldo" -, foi também colocado em prisão preventiva, afirmou o juiz, em comunicado.
A medida cautelar tinha sido pedida pela procuradoria anticorrupção espanhola que alegou haver risco de fuga.
Ábalos, Koldo e o alegado intermediário no esquema, o empresário Víctor de Aldama, estão a ser julgados pelo alegado pagamento de comissões aos responsáveis políticos em troca da adjudicação de contratos para venda de máscaras durante a crise do covid-19 à Soluciones de Gestión, ligada àquele empresário.
O Ministério Público pede uma pena de 24 anos de prisão para Ábalos e 19,5 anos para Koldo pelos alegados crimes de participação em organização criminosa, suborno, tráfico de influência, peculato e uso de informação privilegiada, além de uma multa de quase quatro milhões de euros.
Por sua vez, os representantes dos queixosos, liderados pelo Partido Popular, pedem penas de 30 anos de prisão para Ábalos e Koldo, que acusam dos mesmos crimes que o Ministério Público, além de duas acusações adicionais: abuso de poder e falsificação de documentos oficiais.
Tanto o Ministério Público como os queixosos pedem ainda prisão por sete anos para Aldama, uma pena atenuada devido à sua "confissão", que serviu para expor o alegado esquema de concessão irregular de contratos públicos que teria como líder o ex-secretário de organização do PSOE, ex-número dois do partido que governa Espanha, Santos Cerdán.
