O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, vencedor das eleições legislativas de abril, denunciou, este domingo, em comunicado uma alegada tentativa de "forjar os resultados" da segunda volta das presidenciais.
Corpo do artigo
O comunicado com a denúncia foi lido por Domingos Simões Pereira, líder do partido e futuro primeiro-ministro guineense, numa conferência de imprensa na sede do PAIGC em Bissau.
"Há rumores de uma intenção deliberada em limitar a circulação das pessoas através de uma espécie de recolher obrigatório não decretado e assim facilitar intenções obscuras a favor de forjar resultados e alterar as escolhas feitas pelo povo", afirmou o presidente do PAIGC.
Domingos Simões Pereira explicou que, "nas últimas horas" e em vários pontos do país, tem havido relatos de intimidação, ameaça, perseguição e agressões aos dirigentes do partido que lidera.
Citou os casos do diretor nacional da campanha do PAIGC, Baciro Djá, e do seu adjunto, Botché Candé, cujas residências foram alvo de tentativas de assalto.
Outros nove dirigentes na região de Bafatá terão sido espancados.
O presidente do PAIGC afirmou que se houver condições de segurança, as vítimas poderão apontar os nomes dos seus agressores "por serem pessoas que conhecem".
Entre os dirigentes alegadamente espancados figura um deputado, referiu Simões Pereira, chamando a atenção da comunidade internacional para o que classifica como "atos cobardes e atentatórios dos direitos e liberdades" dos cidadãos.
Para o PAIGC os atos também podem ser enquadrados como "simples expressão de desespero".
O partido apela à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e respetivos órgãos regionais, às forças de ordem, à comunidade internacional e aos parceiros do país, no sentido de reforçarem a vigilância nas assembleias do voto para "garantir a transparência" do processo.
