
Beatrice Spadacini/Reuters
Pelo menos 190 pessoas morreram na sequência do naufrágio de um "ferryboat" que ligava as duas principais ilhas de Zanzibar, um arquipélago no oceano Índico dependente da Tanzânia. A bordo estavam mais de 800 pessoas. Havia ainda um carregamento de arroz.
Numa altura em que as buscas no local foram suspensas devido ao cair da noite, o último balanço oficial (mas ainda provisório) indica pelo menos 190 mortos naquele que é já considerado um dos naufrágios mais mortiferos da década em África.
O ministro que tutela as Situações de Urgência, Mohammed Aboud, acrescentou que 610 pessoas foram resgatadas com vida.
O Governo de Zanzibar activou um centro de resgate e convocou todas as forças de reserva para as operações de busca, tendo pedido, também, auxílio à África do Sul e ao Quénia. Foram ainda decretados três dias de luto.
O presidente, Ali Mohammed Shein, garantiu ajuda para todas as vítimas e classificou o naufrágio como uma "tragédia nacional". O homólogo da Tanzânia, Jakaya Kikwete, acrescentou que "é uma grande tragédia para os habitantes de Zanzibar e para os cidadãos da Tanzânia em geral".
O "MVSpice Islander" efectuava a viagem entre a principal ilha de Zanzibar, Unguja, e Pemba, outra das maiores ilhas do arquipélago e um destino turístico muito procurado.
Segundo a agência France Presse, não tinha sido identificada a presença de qualquer estrangeiro entre os sobreviventes ou mortos. A maioria dos passageiros eram habitantes locais.
O número exacto de passageiros a bordo é desconhecido, dada a inexistência de um registo fiável. A sobrelotação é a causa mais provável do naufrágio da embarcação, que além do excesso de passageiros ainda transportava um carregamento de arroz.
Zanzibar, cuja capital é património da UNESCO, vive essencialmente das receitas do turismo.
