Três familiares do rei de Espanha foram esta segunda-feira constituídas arguidas pelo juiz da Audiência Nacional que instrui o caso Emperador, relacionado com uma rede mafiosa chefiada pelo empresário chinês Gao Ping.
As três primas afastadas do monarca - Maria Margarita Borbón, a sua irmã Maria Inmaculada e a filha desta, María Ilia Garcia de Sáez Borbón -, são suspeitas de ter branqueado dinheiro através de contas bancárias na Suíça relacionadas com aquela organização criminosa.
Escutas telefónicas permitiram perceberem que as duas primeiras se relacionavam com a rede através de Maria Ilia, empresária com ligações a joalheiros israelitas.
Embora todas tenham sido convocadas para comparecer esta terça-feira em tribunal, apenas a última deverá apresentar-se. As restantes estarão ausentes por motivos de saúde.
Para além das três primas do rei Juan Carlos, outros 12 empresários espanhóis foram chamados a declarar pelo juiz Fernando Andreu, suspeitos de usar a rede de Gao Ping para cometer delitos fiscais contra as Finanças Públicas.
A justiça espanhola suspeita que, no total, a rede mafiosa terá branqueado entre 800 e 1200 milhões de euros em apenas quatro anos. O suposto líder da organização, uma celebridade entre a comunidade chinesa em Madrid, aguarda julgamento desde abril deste ano na cadeia de Soto del Real.
