O Conselho de Segurança da ONU chegou, esta quarta-feira, a um acordo sobre um texto que deve ser votado nas próximas horas e que condena a repressão do regime sírio sobre os manifestantes.
O texto, que deverá ser adoptado nas próximas horas sob a forma de uma declaração - menos incómoda em termos políticos que uma resolução -, "condena as numerosas violações dos direitos humanos e o uso da força pelas autoridades sírias contra os civis", refere a agência noticiosa francesa AFP, que obteve uma cópia do documento.
O texto não menciona um inquérito do Conselho dos direitos humanos da ONU sobre a repressão desencadeada desde Março pelo governo sírio, e que já terá provocado 1400 mortos.
O projecto de declaração apela às autoridades sírias "para respeitarem plenamente os direitos humanos e as suas obrigações face ao direito internacional" e acrescenta que "os responsáveis pelas violências devem prestar contas".
Em paralelo, o documento também "assinala" as promessas de reforma do Presidente Bachar al-Assad, e "lamenta a ausência de progresso na aplicação destes compromissos, apelando ao seu respeito pelo governo sírio".
As últimas alterações na formulação do texto implicaram que a Rússia abandonasse a intenção de exercer o direito de veto, para também aprovar a declaração. O embaixador russo no CS da ONU, Vitali Churkin, definiu como "equilibrada" a nova versão.
Os 15 membros do CS, que actualmente incluem Portugal, não adoptaram qualquer resolução ou declaração sobre a Síria desde o início das manifestações contra o regime de Bachar al-Assad, a 15 de Março.
A Rússia, a China e ainda outros países bloquearam qualquer acção do CS pelo receio de que pudesse implicar uma intervenção militar, à semelhança do que sucedeu na Líbia.