O Partido Popular espanhol está envolvido numa guerra interna com dois grupos opostos, onde a corrupção, a traição e a família estão na ordem do dia. O hegemónico partido da direita espanhola durante a democracia vive uma crise inédita desde a sua fundação, que pode mudar por completo a cúpula do partido. O líder popular, Pablo Casado, acusa a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Diaz Ayuso, de corrupção enquanto a destacada líder da comunidade madrilenha se defende por ter sido vítima de espionagem ilegal.
As informações publicadas na quinta-feira por vários meios de comunicação espanhóis foram o espoletar de um confronto sem precedentes. O Partido Popular foi acusado de ter tentado contratar uma agência de detetives, através da Câmara Municipal de Madrid, para investigar de forma ilegal se a presidente da região, Isabel Díaz Ayuso, favoreceu o seu irmão com contratos públicos. Em causa, a compra de 250 mil máscaras FFP2 por 1,5 milhões de euros no início da pandemia, quando conseguir comprar material sanitário para os hospitais de campanha improvisados parecia uma utopia.