O presidente da Camâra de Estarreja, Diamantino Sabina, confirmou, este sábado, à Lusa que o empresário António Soares e um sobrinho que com ele trabalhava morreram no acidente do avião das Linhas Aéreas Moçambicanas.
"Conhecia-o pessoalmente e é uma grande perda para Estarreja. Acabámos de chegar de Bruxelas e a primeira notícia que soubemos foi que tinha havido um acidente e que teria falecido António Soares e o seu sobrinho. Não conseguimos falar com a família, mas a empresa confirmou-nos que era verdade", relatou Diamantino Sabina.
Segundo o autarca, António Soares "era um empresário bastante conhecido em Estarreja e na região, que tinha desde há alguns anos alguns projetos em Moçambique e em Angola".
Possuía várias empresas, três das quais em Estarreja, na área da metalomecânica e de aluguer de autogruas de grande porte.
"Dava a emprego e um número considerável de trabalhadores e era um empresário local que nos merecia todo o respeito, pelo que recebemos e notícia num ambiente de grande consternação, para mim, como presidente de Câmara, e para a comunidade estarrejense".
De acordo com a LAM, seguiam no avião dez cidadãos moçambicanos, nove angolanos, cinco portugueses, um francês, um chinês e um brasileiro, que também detinha nacionalidade portuguesa.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, admitiu à Lusa a possibilidade de existirem outros casos de dupla nacionalidade, de que a LAM não tenha conhecimento, pelo que pode haver mais cidadãos portugueses envolvidos.
O voo 470 da LAM despenhou-se sexta-feira, no Parque Nacional de Bwabwata, no norte na Namíbia, durante um temporal que assolava a região.
Os destroços, carbonizados, só foram detetados já este sábado, por avião, e as autoridades namibianas já enviaram, para o local, meios de averiguação das causas do acidente.