As autoridades norte-americanas imputaram 22 crimes adicionais ao soldado Bradley Manning, que é apontado como principal informador do portal Wikileaks, acusando-o, entre outros, de "colaboração com o inimigo", anunciou o Pentágono.
Bradley Manning enfrenta Conselho de Guerra sob a acusação de ter fornecido ao Wikileaks o lote dos 250 mil telegramas diplomáticos confidenciais que o portal de Julian Assange começou a divulgar em finais de Novembro, juntamente com registos de comunicações militares sobre incidentes ocorridos no Afeganistão e no Iraque e ainda um vídeo militar classificado.
O Exército norte-americano imputou 22 acusações adicionais ao soldado, que está detido há vários meses numa prisão militar de alta segurança no Estado da Virginia, Estados Unidos, segundo a agência noticiosa AP.
Bradley Manning é acusado, entre outros crimes, de utilizar softwares não autorizados em computadores do governo para extrair informação classificada, descarrega-la ilegalmente e difundir os dados para divulgação pública por parte daquilo que o Exército denomina de "inimigo".
A imputação das novas acusações acontece após terem decorrido sete meses de investigação contra Bradley Manning.
"As novas acusações reflectem com mais precisão a ampla gama de crimes que Manning é acusado de ter cometido", afirmou o capitão John Haberland, porta-voz do tribunal militar da região de Washington, citado pela AP.
A colaboração com o inimigo é um crime punível com a morte, mas os procuradores decidiram não exigir a pena capital, precisou John Haberland.
De acordo com a mesma fonte, citada pela agência AFP, Bradley Manning enfrenta uma pena que pode ir desde 23 anos de prisão a prisão perpétua.
O ex-analista de informações do Exército já apresentara uma queixa contra as condições da sua detenção, isolamento e vigilância constantes dos guardas.