Clarissa Ward, jornalista da CNN, não fugiu de Cabul, após a cidade ser conquistada pelos talibãs. No entanto, em reportagem pela capital do Afeganistão, a jornalista é agora vista a usar um hijab.
Perante um clima de terror vivido na capital do país, a jornalista esteve várias vezes em direto a partir da cidade conquistada este domingo, após o presidente Ashraf Ghani ter abandonado o Afeganistão.
Clarissa Ward admitiu ter visto vários colegas da comunicaçao social a fugirem às pressas com medo de morrer às mãos dos talibãs. O grupo extremista islâmico não concorda com a liberdade de imprensa.
Sob o domínio talibã, as mulheres não têm direitos, só podem sair de casa se tiverem permissão por escrito dos maridos e têm de usar obrigatoriamente algo que as cubra, como a burca ou o hijab, o lenço com que Clarissa Ward, que já trabalhou como correspondente em Pequim e em Moscovo, foi vista a fazer reportagem em nome da cadeia de televisão norte-americana.
Afghanistan Conflict
This is how foreign journalists look in Kabul now
Photo: CNN journalist Clarissa Ward before and after the Taliban takeover of the Afghan capital.#Afghanistan #Kabul #Taliban pic.twitter.com/LBgzh5bGfq
Yalda Hakim, jornalista da BBC, descreve também, na rede social Twitter, o clima de instabilidade vivido na cidade de Cabul. "Desamparo, desespero, a sensação de abandono no Afeganistão agora", lê-se na publicação.
Helplessness, desperation, the sense of abandonment in Afghanistan right now. So many messages tonight especially from young women pleading for help, afraid of what the future holds should the Taliban come back to power.
Nos últimos anos, vários jornalistas foram mortos em atentados dos talibãs, entre eles o sueco Nils Horner, a repórter canadiana Michelle Lang, dois fotógrafos vencedores do prémio Pulitzer, a alemã Anja Niedringhaus e o indiano Danish Siddiqui.