Os dirigentes dos países da União Europeia "rejeitam e condenam a anexação ilegal" pela Rússia de quatro regiões ucranianas, indicaram, esta sexta-feira, os Estados-membros numa declaração, acusando Moscovo de pôr "a segurança mundial em perigo".
"Não reconhecemos e nunca reconheceremos os 'referendos' ilegais que a Rússia realizou como pretexto para esta nova violação da independência, da soberania e da integridade territorial da Ucrânia, nem os seus resultados falsificados e ilegais. Nunca reconheceremos esta anexação ilegal", lê-se na declaração divulgada pouco antes da assinatura das atas de anexação pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
As quatro regiões ucranianas em causa - Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk - representam cerca de 15% do território da Ucrânia.
"Estas decisões são nulas e sem efeitos jurídicos (...) A Crimeia (anexada pela Rússia em 2014), Kherson, Zaporijia (onde se situa a maior central nuclear da Europa), Donetsk e Lugansk (que Moscovo reconheceu como repúblicas independentes pouco antes de invadir a Ucrânia, há sete meses) são a Ucrânia", acrescentam os Vinte e Sete.
"Apelamos a todos os Estados e organizações internacionais para que rejeitem inequivocamente esta anexação ilegal", prosseguem.
"Ao minar deliberadamente a ordem internacional assente em normas jurídicas e violar de forma flagrante os direitos fundamentais da Ucrânia à independência, à soberania e à integridade territorial (...) a Rússia põe a segurança mundial em perigo", acusam.
Os dirigentes da União Europeia reafirmam "o direito da Ucrânia a defender-se da agressão russa para recuperar o controlo total do seu território e libertar os territórios ocupados no interior das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas".
Na declaração, os Estados-membros do bloco comunitário insistem ainda que a UE continuará a fornecer à Ucrânia "um apoio económico, militar, social e financeiro sólido durante o tempo que for necessário".