A circulação dos ferrys no Canal da Mancha esteve a todo o vapor durante a noite de sábado, numa tentativa de diminuir as longas filas de trânsito para fazer a travessia entre o Reino Unido e França.
Apesar das travessias adicionais, o porto de Dover, no sul de Inglaterra, disse que os passageiros de autocarros ainda enfrentam esperas de até oito horas para poderem embarcar num ferry.
"As travessias extras ajudaram a desembarcar parte do tráfego, embora atualmente tanto a DFDS como a P&O (operadores de ferry) tenham duas faixas completas de autocarros no porto, antes dos controlos fronteiriços franceses, com um tempo de processamento de cerca de 4 horas e 30 minutos", disse um porta-voz do porto. "Atualmente, o tempo total estimado é de seis a oito horas", acrescentou. Os atrasos começaram na sexta-feira.
Apesar das longas filas para atravessar o Canal da Mancha, a ministra do Interior do Reino Unido, Suella Braverman, rejeitou a ideia de que os atrasos se devem a "um efeito adverso do Brexit", que pôs fim à livre circulação da Grã-Bretanha para os estados membros da União Europeia. "Isto vai aliviar... mas é uma época do ano atarefada", disse à "Sky News", fazendo menção às férias da Páscoa, uma altura onde muita gente circula de um país para o outro.
Também no verão passado este cenário de longas filas de espera repetiu-se, mas aí com troca de galhardetes entre a França e o Reino Unido, com os britânicos a acusarem Paris de falta de preparação e os franceses a atribuírem as culpas ao Brexit.