França

Mafioso italiano tornou-se pizzaiolo mas acabou preso após 16 anos de fuga

Mafioso italiano tornou-se pizzaiolo mas acabou preso após 16 anos de fuga

O criminoso italiano Edgardo Greco foi apanhado em Saint-Étienne, em França, após 16 anos de fuga às autoridades. O homem de 63 anos assumiu uma nova identidade e mudou de profissão. Foi pizzaiolo num restaurante nos últimos três anos.

A captura de Edgardo Greco em Saint-Étienne, a 60 quilómetros de Lyon, é a segunda grande detenção ao nível da máfia italiana nas últimas semanas. O italiano pertencia à máfia do crime organizado de Ndrangheta, da região da Calábria, no sul de Itália - considerada agora a mais rica e poderosa organização criminosa do Ocidente, tendo ultrapassado a máfia siciliana Cosa Nostra, que viu o líder Matteo Messina Denaro ser detido no mês passado, após 30 anos de fuga.

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Edgardo Greco, de 63 anos, era procurado pelo assassinato dos irmãos Stefano e Giuseppe Bartolomeo, que foram espancados até à morte durante uma "guerra da máfia" em janeiro de 1991. Os corpos nunca foram encontrados e acredita-se que tenham sido dissolvidos em ácido. No mesmo ano foi ainda acusado de uma tentativa de homicídio de outro homem.

A Justiça italiana condenou Greco a prisão perpétua, em 2006, e emitiu um mandado de captura europeu para o criminoso que já andava fugido.

Oito anos mais tarde, instalou-se na cidade francesa de Saint-Étienne, onde acabou por assumir o papel de pizzaiolo num restaurante italiano e uma identidade falsa. Com o nome falso de Paolo Dimitrio - e de barba cinzenta e óculos escuros - o fugitivo apareceu, em julho de 2021, num jornal local, ostentando as "receitas regionais e caseiras" do restaurante, desde o ravioli, ao risotto e tagliatelle, conta a BBC.

O excesso de confiança foi aproveitado pelas autoridades italianas que nunca desistiram de o capturar e conseguiram, 16 anos depois. Numa declaração, citada pela televisão britânica, os Carabinieri revelaram que os investigadores tinham rastreado a rede de apoio de Greco, que acabou por conduzi-los até Saint-Étienne A operação de detenção contou ainda com a colaboração da Interpol e das autoridades francesas que vigiaram o criminoso e confirmaram a sua identidade.

O ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, elogiou o trabalho da polícia por trazer à Justiça um dos piores criminosos do país, enquanto o chefe da região da Calábria, Roberto Occhiuto, disse que a detenção representa o empenho da Justiça italiana na luta contra todas as formas de crime organizado.

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