Mais de 100 mil pessoas, segundo as primeiras estimativas da polícia russa, concentraram-se, esta quarta-feira, na Praça Vermelha, em Moscovo, para celebrar o primeiro aniversário da anexação da Crimeia à Rússia.
Num ambiente festivo, com bandeiras e balões de cores, os participantes reuniram-se junto da catedral de São Basílio e dos muros do Kremlin (sede da Presidência russa) para assistirem a um concerto comemorativo, com vários artistas e intervenções políticas, sob o lema "Estamos juntos".
Entre os vários cartazes exibidos pelos manifestantes podia ler-se a frase "Eu sou Crimeia", segundo a agência espanhola Efe.
O presidente russo, Vladimir Putin, marcou presença no evento. Antes, presidiu a uma reunião governamental dedicada à reunificação da Crimeia com a Rússia, na qual felicitou o povo russo pela anexação.
A 16 de março de 2014, os habitantes da Crimeia, península situada no sul da Ucrânia e de maioria russófona, aprovaram em referendo a sua reintegração na Federação da Rússia.
O referendo, aprovado por 97% dos eleitores segundo as autoridades da Crimeia, mas denunciado como ilegal por Kiev e pelos países ocidentais, iniciou um ano de conflitos diplomáticos sem precedentes desde o final da Guerra fria.
Em simultâneo, deu alento às ambições separatistas no leste da Ucrânia, onde um conflito armado já provocou mais de 6 mil mortos.
Dois dias depois do referendo (dia 18), e num desafio às sanções anunciadas pelo Ocidente, Putin assinava um decreto sobre a integração da Crimeia na Rússia.
Putin reconhece que as sanções económicas ocidentais impostas após a anexação prejudicaram a Rússia, mas nega que tenham sido "fatais".