A polícia disparou, este domingo à tarde, gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes em Ancara, capital da Turquia, no terceiro dia de protestos contra o Governo do país.
De acordo com a televisão turca NTV, a polícia interveio quando os manifestantes se estavam a dirigir para o gabinete do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan.
A vaga de contestação na Turquia começou com um protesto para salvar um parque no centro de Istambul, mas alargou rapidamente a outras cidades e tornou-se numa contestação ao Governo conservador de inspiração islâmica do Partido Justiça e Desenvolvimento.
A chefe da diplomacia externa da União Europeia, Catherine Ashton, lamentou o uso "desproporcionado" da força por parte da polícia turca na violenta onda de protestos no país e pediu ao Governo e aos manifestantes que dialoguem e ponham fim aos confrontos que já resultaram na detenção de mais de 900 pessoas desde sexta-feira e pelo menos 79 feridos, segundo fontes do Governo turco.
A Amnistia Internacional assegurou, por seu lado, que duas pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas durante os protestos na Turquia.