A empresária que levou o governo britânico a tribunal para o obrigar a submeter o "Brexit" a votação no Parlamento lançou uma recolha de fundos para apoiar os candidatos pró-europeus nas legislativas antecipadas de 8 de junho.
Gina Miller conseguiu reunir 300 mil libras (353 mil euros) numa semana de "crowd-funding" (campanha de financiamento coletivo, geralmente promovida através da internet).
A organização que criou, "Best for Britain" ('O melhor para o Reino Unido'), anunciou, esta quarta-feira, que vai financiar os candidatos de qualquer partido que prometam manter "todas as opções em aberto" quanto à saída do Reino Unido da União Europeia e que estejam dispostos a votar contra um mau acordo.
Segundo o governo britânico, o parlamento será consultado sobre o acordo de saída da UE antes da sua conclusão e, embora não tenha poder para alterar o texto, a oposição parlamentar implicará uma saída sem acordo.
Gina Miller apela por isso ao voto útil nestes candidatos.
"Esta é a eleição mais importante de uma geração. É fundamental que as pessoas se sintam inspiradas a registar-se e a votar", disse.
"É especialmente importante que os jovens votem, porque eles vão viver toda a sua vida as consequências das decisões tomadas no próximo parlamento", acrescentou.
Miller, gestora de investimentos de profissão, liderou uma queixa ao Supremo Tribunal para exigir ao governo da primeira-ministra, Theresa May, que submetesse o "Brexit" a votação no parlamento, antes de notificar Bruxelas.
O Tribunal deu provimento à queixa e os deputados votaram em março a favor do início das negociações de saída do Reino Unido da UE.
Essa iniciativa valeu a Gina Miller uma série de insultos racistas e ameaças, além da hostilidade de alguns tabloides pró-"Brexit".