A ministra do Trabalho britânica, Amber Rudd, admitiu que um novo referendo sobre o Brexit poderá ser a solução para desbloquear a situação, contrariando a posição defendida pela primeira-ministra Theresa May.
"Não quero um voto popular ou um referendo em geral, mas se o parlamento falhar totalmente em alcançar um consenso, será um argumento plausível (para o referendo)", disse Amber Rudd, na quarta-feira, à cadeia de televisão ITV.
Amber Rudd votou, em junho de 2016, pela manutenção do Reino Unido, na União Europeia.
A primeira-ministra Theresa May excluiu, por várias vezes, a realização de nova votação, considerando que tal trairia a escolha já feita pelos britânicos.
Questionado sobre se um segundo referendo seria uma hipótese plausível, um porta-voz de Downing Street respondeu esta quinta-feira que "não". Acrescentou que Theresa May "está determinada a fazer votar o acordo convencionado" entre o Reino Unido e a União Europeia, em finais de novembro, após 17 meses de negociações difíceis.
Por seu lado, Andrea Leadsom, ministra dos Assuntos Parlamentares, considerou "inaceitável" a realização de um novo referendo, adiantando que estão em estudo várias possibilidades em caso de rejeição do texto pelo parlamento.
Em entrevista à BBC, sugeriu a opção por uma saída "gerida" sem acordo, ou seja, através de acordos paralelos em domínios como a aviação, o transporte de mercadorias ou as viagens turísticas.
O acordo de saída da UE esteve para ser votado a 11 de dezembro, mas a primeira-ministra britânica, Theresa May, decidiu adiar o voto dada a elevada probabilidade de ser chumbado por uma "margem significativa" na Câmara dos Comuns.
Um novo debate no parlamento britânico sobre o acordo de Brexit está agora previsto para começar a 09 de janeiro, estando a votação prevista para a semana de 14 a 18 de janeiro.