A Rússia apelou esta quinta-feira às autoridades ucranianas para que pensem no destino do país e do seu povo e tomem as decisões que permitam acabar com a "operação militar especial" iniciada por Moscovo há três semanas.
"Instamos o regime [do Presidente Volodymyr] Zelensky a pensar sobre o destino do país, do seu povo, a tirar as conclusões correspondentes e a tomar as decisões pertinentes", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, no seu encontro semanal com a imprensa, em Moscovo.
Zakharova disse que a Rússia continuará com a sua ofensiva militar na Ucrânia até atingir os seus objetivos.
Moscovo exige que Kiev renuncie à península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e aos territórios separatistas do Donbass (leste), bem como garantias de que a Ucrânia manterá o estatuto de país não-nuclear e não será membro da NATO.
As duas partes estão envolvidas em conversações sobre um acordo de paz, que decorrem por videoconferência desde segunda-feira, depois de terem realizado três encontros presenciais na Bielorrússia.
"Atualmente, [as negociações] prosseguem em formato de videoconferência e há discussões sobre questões militares, políticas e humanitárias", disse Zakharova, citada pela agência espanhola EFE.
Zakharova também acusou Kiev de "cometer atrocidades" contra a população pró-russa no Donbass e criticou o Ocidente por não reagir.
De acordo com Moscovo, cerca de 20 pessoas foram mortas em Donetsk na segunda-feira, num alegado ataque ucraniano.
No Ocidente "ignoraram deliberadamente e mantiveram-se em silêncio sobre a recente atrocidade dos seus alunos ucranianos. Como se nada tivesse acontecido, como se nada se tivesse passado. Como se não tivesse havido um massacre de civis", disse Zakharova.