O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama acusou o Supremo Tribunal do país de "atacar as liberdades fundamentais de milhões de mulheres americanas", com a decisão de hoje da instituição de revogar o direito ao aborto.
"Hoje, o Supremo Tribunal não só anulou quase 50 anos de precedente histórico, como também deixa a decisão mais pessoal entregue à boa vontade dos políticos e ideólogos", disse o antigo Presidente democrata através da rede social Twitter.
Today, the Supreme Court not only reversed nearly 50 years of precedent, it relegated the most intensely personal decision someone can make to the whims of politicians and ideologues-attacking the essential freedoms of millions of Americans.
Em apoio à decisão pronunciou-se o ex-vice-presidente republicano Mike Pence, congratulando-se por o Supremo Tribunal ter "atirado para o caixote do lixo" a lei do aborto.
"Ao remeter a questão do aborto para os Estados e para o povo, o Supremo Tribunal reparou um erro histórico", escreveu no Twitter Mike Pence, um cristão evangélico, que foi o braço direito de Donald Trump na Casa Branca.
Having been given this second chance for Life, we must not rest and must not relent until the sanctity of life is restored to the center of American law in every state in the land! #LifeWins #ProLife pic.twitter.com/aFnxulcQmm
O Supremo Tribunal dos EUA anulou hoje a proteção do direito ao aborto em vigor no país desde 1973, numa decisão classificada como histórica que permitirá a cada Estado decidir se mantém ou proíbe tal direito.
Os juízes da mais alta instância judicial norte-americana, atualmente com uma maioria conservadora, decidiram anular a decisão do processo "Roe vs. Wade", que, desde 1973, protegia como constitucional o direito das mulheres ao aborto.
Esta decisão não torna ilegais as interrupções da gravidez, mas devolve ao país a situação vigente antes do emblemático julgamento, quando cada Estado era livre para autorizar ou para proibir tal procedimento.