Pelo menos 43 menores foram mortos por elementos das Forças Armadas de Myanmar desde o golpe de Estado militar de 1 de fevereiro, denunciou a organização não-governamental (ONG) Save the Children.
Em comunicado, a ONG referiu que o número de menores mortos pelos militares duplicou nos últimos 12 dias, o que "demonstra o desdém absoluto" pelas "vidas das crianças".
A vítima mais jovem era uma menina de sete anos e há pelo menos 15 menores com 16 anos, segundo documentaram vários ativistas, que apontam para, pelo menos, 521 pessoas mortas pela repressão dos militares birmaneses.
A Save the Children acrescentou que o número de menores feridos na sequência das represálias é "significativo", nos quais é incluído um bebé com apenas um ano que foi atingido com uma bala de borracha.
A ONG também alertou para o alegado bombardeamento de uma escola na província de Kayin, em 29 de março, na sequência de vários ataques aéreos que levaram milhares de pessoas a fugir de casa.
"Estamos preocupados com [a possibilidade de] estas crianças continuarem a ser os objetivos destes ataques, apesar dos repetidos pedidos de proteção. É especialmente horroroso que vários [menores] tenham sido mortos nas próprias casas, onde deveriam estar em segurança", frisou a organização não-governamental.
O golpe militar, no dia 1 de fevereiro, atingiu a frágil democracia de Myanmar, depois da vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.
Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de as autoridades eleitorais terem negado a existência de fraudes.
Desde então, milhares de pessoas têm-se manifestado contra o golpe militar, sobretudo na capital económica, Rangum, e em Mandalay.