O número de mortos no ataque armado contra uma sinagoga num bairro de judeus em Jerusalém Oriental subiu para sete, segundo um novo balanço da polícia israelita.
"Como resultado do tiroteio, sete civis morreram e outros três ficaram feridos com diferentes graus de gravidade", referiu a polícia em comunicado, citado pela agência Efe.
Este incidente ocorre durante uma escalada do conflito israelo-palestiniano.
O ataque decorreu um dia depois de operações israelitas na Cisjordânia e Gaza, que resultaram em dez mortos, nove destes durante uma incursão militar no campo de refugiados de Jenin, segundo a Autoridade Palestiniana.
Inicialmente, as autoridades tinham informado a ocorrência de cinco mortos, mas a agência France-Presse (AFP) também noticiou sete vítimas mortais, enquanto a Associated Press (AP) confirma seis.
A polícia israelita descreveu o ataque como "terrorista", termo que costuma ser usado em Israel para qualquer ataque cometido por palestinianos por motivos nacionalistas, embora a identidade do agressor ainda não tenha sido revelada.
"O terrorista que disparou foi neutralizado no local", tinha adiantado antes a polícia israelita, sobre o incidente que ocorreu no bairro de Neve Yaakov, em Jerusalém, para onde foi destacado um grande contingente policial.
O agressor chegou de carro ao edifício utilizado como sinagoga, abriu fogo e tentou fugir, com as autoridades a apreenderem uma arma de fogo aparentemente utilizada no ataque, noticiaram órgãos de comunicação locais, que garantiram que a polícia estava à procura de outros possíveis suspeitos.
O movimento islâmico Hamas, que governa de facto a Faixa de Gaza, celebrou o atentado através dos altifalantes das mesquitas, apesar de não ter assumido a autoria.
Também foram ouvidos tiros para o ar e buzinas por vários condutores nas estradas daquele enclave, noticiou a agência Efe.
"Esta operação heróica é uma vingança pelos mártires de Jenin. A operação em Jerusalém é a resposta natural aos crimes de ocupação em Jenin", sublinhou o porta-voz do Hamas, Hazam Qassem.
Por sua vez, a Jihad Islâmica na cidade de Gaza celebrou "a operação heróica que mostra que o inimigo só entende a linguagem da força" e "que o povo palestiniano vive em unidade política e geográfica".
Líderes mundiais condenam "veementemente" ataque
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje "veementemente" o ataque armado junto a uma sinagoga em Jerusalém Oriental, que causou sete mortos e três feridos, considerando "particularmente desprezível" ter ocorrido no dia internacional da Memória do Holocausto.
"É particularmente desprezível que este ataque tenha ocorrido num local de culto e no dia em que se assinala o dia internacional da Memória do Holocausto", sublinhou Stéphane Dujarric, porta-voz do ex-primeiro-ministro português. "Nunca há desculpa para atos terroristas. Estes devem ser condenados e rejeitados por todos", acrescentou Dujarric, em comunicado, onde sublinhou que é "altura de exercer a máxima moderação". "O secretário-geral está profundamente preocupado com a atual escalada de violência em Israel e nos territórios palestinianos ocupados", sublinhou ainda.
Também o governo dos Estados Unidos condenou "nos termos mais fortes" o "aparente ataque terrorista" "Estamos solidários com o povo israelita", sublinhou o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, acrescentando que Washington está em "contacto próximo" com as autoridades israelitas.
Patel garantiu ainda que não ocorreu nenhuma mudança no programa do chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, que tem prevista uma viagem ao Egito e estará segunda e terça-feira em Jerusalém e Ramallah. Blinken vai discutir "medidas a serem tomadas para uma desescalada das tensões", acrescentou.
A França condenou o "terrível ataque terrorista" em Jerusalém Oriental, onde um tiroteio junto a uma sinagoga resultou em pelo menos sete mortos, referiu em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros. "Este ataque contra civis, no momento da oração, e no dia em que se assinala o dia internacional da Memória do Holocausto, é particularmente desprezível", sublinhou a diplomacia francesa. "Num contexto de tensões crescentes, pedimos a todas as partes que evitem ações que possam alimentar a espiral de violência", sublinhou ainda o governo francês no comunicado.