Alguns habitantes de Bruxelas ficaram em casa com os filhos que esta manhã encontraram as portas das escolas fechadas. Outros seguiram as recomendações das autoridades e optaram por ficar a trabalhar em casa. Mas houve também quem seguisse a rotina diária. O JN falou com portugueses que se encontram na capital belga.
Quando acordou esta manhã, José Vieira, de 57 anos, deslocou-se para Bruxelas como o faz todos os dias. Nos dias anteriores, saiu de casa sem receios e foi mesmo às compras a um centro comercial. José Vieira não se sente ameaçado, mesmo que o país esteja em alerta máximo devido a um "risco iminente" de ataques terroristas. "Trata-se de uma ameaça muito vaga, não existe nenhum sentimento pessoal de ameaça", diz ao JN.
"Tenho presente o que aconteceu em Paris, mas não vou deixar de sair à rua por causa disso", garante.
Já Baldomero Coelho, um português que trabalha no Parlamento Europeu, nota "algum receio nos habitantes de Bruxelas". "É a primeira vez que passam por tal situação. Algumas pessoas dizem que nunca pensaram passar por algo assim na vida", diz o português de 39 anos.
Esta segunda-feira, Baldomero Coelho também foi trabalhar. Pelo caminho, apanhou menos trânsito e evitou as zonas críticas de Bruxelas. Com a cidade parcialmente paralisada e rodeada de altas medidas de segurança, Baldomero Coelho espera que tudo volte ao normal "o mais rapidamente possível".
Lina da Silveira está mais receosa. Durante o último fim de semana, evitou deslocar-se ao centro de Bruxelas e não saiu com os amigos. A portuguesa, freelancer em consultoria e "coaching", confessa-se apreensiva. "Passa-nos tudo pela cabeça", diz. Esta segunda-feira, Lina da Silveira seguiu as recomendações das autoridades belgas e ficou a trabalhar em casa.