Ai-Da, a primeira robô artista ultrarrealista do mundo, foi detida pelas forças de segurança egípcias antes da sua mais recente exposição.
A robô vai apresentar o seu trabalhos na Grande Pirâmide de Gizé, esta quinta-feira, naquela que é a primeira vez em milhares de anos em que é permitido expor arte contemporânea perto da pirâmide. No entanto, a chegada ao Egito foi tudo menos calma.
Tanto Ai-Da como a sua escultura, que vai estar exposta até 7 de novembro na exposição "Forever Is Now" e será apresentada pela consultoria Art D'Égypte, o ministério de antiguidades e turismo e o ministério de relações exteriores, foram enviadas em malas de voo especializadas de carga aérea para o Cairo.
À chegada, Ai-Da e a escultura foram mantidas na alfândega egípcia durante 10 dias antes de serem libertadas, esta quarta-feira, gerando um tumulto diplomático.
"O embaixador britânico tem trabalhado durante a noite para libertar Ai-Da, mas estamos prontos para o trabalho agora", disse Aidan Meller, a força humana por trás de Ai-Da, pouco antes da sua libertação. "É muito stressante."
Segundo o "The Guardian", as "questões de segurança" invocadas pelas autoridades egípcias podem incluir preocupações de que a robô faça parte de um plano de espionagem.
De acordo com Meller, os guardas de fronteira detiveram Ai-Da porque tinha um modem - dispositivo de hardware - e porque tinha câmaras nos olhos - que usa para desenhar e pintar. "Posso tirar os modems, mas não consigo arrancar os olhos dela", disse.
A robô foi libertada na noite de quarta-feira, horas antes do início da exposição.
A primeira robô artista ultrarrealista
Batizada em homenagem à pioneira da computação Ada Lovelace, Ai-Da foi construído por uma equipa de programadores, roboticistas, especialistas em arte e psicólogos. O projeto multimilionário foi concluído em 2019 e é atualizado à medida que a tecnologia de Inteligência Artificial melhora.
A arte da robô, incluindo "o primeiro autorretrato sem eu", foi exibida no Museu do Design e no Museu Victoria & Albert.