O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou, esta quinta-feira, uma "infâmia" as acusações do ex-primeiro-ministro líbio Al-Baghdadi al-Mahmudi sobre o financiamento da sua campanha eleitoral em 2007.
Segundo a AFP, "na quarta-feira, o governo líbio disse que [as acusações] eram falsas, o tradutor de Kadafi disse que eram falsas, o destinatário do famoso pagamento disse que eram falsas", afirmou Sarkozy.
O presidente francês e candidato à reeleição acrescentou que as acusações de Al-Baghdadi al-Mahmudi, que está detido na Tunísia, são "uma infâmia", acrescentando: "É grotesco".
Um advogado do antigo primeiro-ministro líbio Al-Baghdadi al-Mahmudi, citando o seu cliente, afirmou hoje que o regime de Muammar Kadafi financiou a campanha de Nicolas Sarkozy para as eleições presidenciais de 2007.
"Muammar Kadafi, o seu regime e os responsáveis que trabalharam com ele financiaram a campanha de Sarkozy nas eleições de 2007", disse Bechir Essed aos jornalistas em Tunes, onde Mahmudi está detido, mencionando o montante de cerca de 50 milhões de euros.
Segundo o advogado, o ex-primeiro-ministro líbio afirmou que "o acordo foi concluído por Mussa Kussa [ex-chefe dos serviços de informações externos] com instruções de Kadafi e assegurou que existem documentos atestando a transação".
O sítio de informação francês Mediapart publicou no sábado um documento atribuído a um ex-dignitário líbio, afirmando que Tripoli aceitou financiar por "50 milhões de euros" a anterior campanha de Sarkozy, em 2007.
Na segunda-feira, Sarkozy anunciou ter apresentado queixa contra a Mediapart pela publicação da nota, que qualificou de "falsa".
A procuradoria de Paris abriu um inquérito preliminar por "falsificação e publicação de notícias falsas".