O telescópio espacial ALMA, nos Andes chilenos, sofreu um ataque cibernético no fim de semana que derrubou o seu site e suspendeu o seu trabalho, anunciou o observatório esta quarta-feira.
O ALMA, o telescópio mais poderoso do mundo para observar gás molecular e poeira, estuda os blocos de construção de estrelas, sistemas planetários, galáxias e a própria vida, de acordo com o Observatório Europeu do Sul (ESO), seu colaborador.
O ataque de sábado aos sistemas de computador do ALMA não comprometeu as suas poderosas antenas ou quaisquer dados científicos. Porém, o ciberataque forçou a suspensão das observações astronómicas, deixou o observatório com serviços de e-mail limitados e o site deixou de funcionar durante quatro dias.
"A ameaça foi contida e os nossos especialistas estão a trabalhar para restaurar os sistemas afetados", escreveu o observatório ALMA no Twitter. "Dada a natureza do episódio, ainda não é possível estimar uma data para o regresso às atividades regulares".
Given the nature of the episode, it is not yet possible to estimate a date for a return to regular activities. We are thankful for the support across the ALMA partnership (@TheNRAO, @ESO, and @prcnaoj_en) and apologize for any inconveniences resulting from the recovery efforts.
O telescópio ALMA possui 66 antenas de alta precisão espalhadas por distâncias de até 16 quilómetros que permitem detetar galáxias distantes que se formam na borda do universo observável, de acordo com o ESO. Foi construído num dos lugares mais secos do planeta, no deserto do Atacama, a mais de cinco mil metros acima do nível do mar.
Em abril, o ALMA ajudou a encontrar a candidata a galáxia mais distante observada até hoje - cerca de 13,5 mil milhões de anos-luz da Terra.</p>
O ALMA emprega cerca de 300 especialistas - 40 deles engenheiros e técnicos de informática encarregados dos seus poderosos computadores, servidores, sistemas de armazenamento de dados e telas.