O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia condenou hoje, quinta-feira, dois antigos responsáveis militares sérvios da Bósnia a prisão perpétua pelo massacre de Srebrenica em Julho de 1985.
"São condenados a prisão perpétua", declarou juiz Carmel Agius, dirigindo-se ao antigo tenente-coronel Vujadin Popovic, 53 anos, e ao antigo coronel Ljubisa Beara, 70 anos.
Cinco outros acusados, quatro antigos responsáveis militares e um ex-responsável policial, foram condenados a penas que vão dos cinco aos 35 anos por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
A prisão perpétua tinha sido pedida a 7 de Setembro de 2009 para todos os acusados, cinco dos quais respondiam por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Os ex-oficiais do exército dos sérvios da Bósnia Vinko Pandurevic, 50 anos, Ljubomir Borovcanin, 50 anos, Drago Nikolic, 52 anos, Vujadin Popovic e Ljubisa Beara, acusados de ter planeado e organizado a execução de mais de 7 mil homens e rapazes muçulmanos, afirmaram-se inocentes.
Os generais Milan Gvero, 72 anos, e Radivoje Miletic, 62 anos, acusados de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade, também se disseram inocentes.
Durante o processo, que teve início a 14 de Julho de 2006 e foi o mais vasto organizado pelo TPI, 315 pessoas foram ouvidas como testemunhas.
Mais de 7 mil homens e rapazes muçulmanos foram mortos no enclave de Srebrenica (no Leste da Bósnia) em Julho de 1995 a poucos meses do fim da guerra da Bósnia (1992-1995).
O massacre, o pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, foi considerado um genocídio pelo TPI e pelo Tribunal Internacional de Justiça.