O cofundador da Microsoft está arrependido dos seus encontros com o empresário Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual de menores.
"Foi um grande erro passar tempo com ele, dar-lhe a credibilidade de estar lá", disse Bill Gates em entrevista à CNN, na quarta-feira. Segundo explicou, os encontros com Jeffrey Epstein aconteceram com o objetivo de angariar mais fundos para combater problemas de saúde globais, no âmbito da Fundação Bill e Melinda Gates.
"Tive vários jantares com ele, esperando que o que ele disse sobre conseguir milhões para a filantropia da saúde global através dos seus contactos pudesse acontecer", justifica. "Quando percebi que isso não era real, o relacionamento acabou", garante.
Em julho de 2019, Jeffrey Epstein foi detido e acusado de tráfico humano e abuso sexual de meninas de 14 anos e de mulheres, de Nova Iorque e da Florida, no início dos anos 2000. O milionário norte-americano de 66 anos foi encontrado morto na cela da prisão nova-iorquina onde aguardava julgamento, a 10 de agosto.
Questionado pelo "Wall Street Journal", Bill Gates recusou esclarecer se a sua relação com Epstein esteve na base do divórcio com Melinda, após 27 anos de casamento.
"É um tempo de reflexão e, neste momento, preciso de seguir em frente", respondeu à CNN. "Dentro da família, vamos curar-nos o melhor que pudermos".
A dissolução do casamento foi oficializada esta semana, sem divulgar detalhes de como o casal dividiu os bens.
De acordo com o jornal "The New York Times", os registos públicos revelaram que milhares de milhões de dólares em ações foram transferidos para o nome de Melinda French Gates, após o anúncio público do fim da relação, em maio.
Mas foi estabelecido que o cofundador da Microsoft e a sua ex-mulher vão continuar a trabalhar juntos como copresidentes e curadores da Fundação Bill e Melinda Gates.
"Isso seria definitivamente o melhor para a fundação", afirmou Gates."Melinda tem forças incríveis que ela traz e ajuda a fundação a ser melhor", concluiu.