Estudo alerta para sobrerrepresentação destes estudantes. Licenciaturas de Medicina e engenharias com menos bolseiros.
É o retrato de um sistema de Ensino Superior seletivo e estratificado. Com os estudantes oriundos de famílias com níveis de escolaridade mais altos a optarem pelas universidades, em detrimento dos institutos politécnicos. E, dentro das universidades, a dominarem os cursos de Medicina e engenharias. Do outro extremo estão os estudantes das classes mais baixas. A análise é feita pelo EDULOG, da Fundação Belmiro de Azevedo, que tem como coordenador científico Alberto Amaral.
"Pegamos num indicador base: os bolseiros de ação social. Quanto menor for o peso dos bolseiros no total de estudantes, mais elitista será a instituição de Ensino Superior", explica ao JN o também presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Tendo por base ainda outro dado: apesar de os jovens (18-24 anos) que não têm um progenitor com formação superior serem 78% da população dessa faixa etária, o certo é que correspondem apenas a 61% dos novos inscritos no Superior. O que nos leva a uma sobrerrepresentação dos estudantes de famílias com formação superior, alertam os investigadores.