Legislativas
A energia das Jotas que ajuda os partidos a correr o país
O secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, com o secretário-geral da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos|
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O presidente da Juventude Social Democrata (JSD), Alexandre Poço|
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O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos|
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Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda|
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Agitam bandeiras, distribuem folhetos, gritam aos megafones e ajudam a encher as salas dos eventos da campanha. A energia dos jovens dinamiza as caravanas partidárias e alguns até têm lugar nas listas.
Os jovens das "jotas" têm-se mobilizado para apoiar os seus partidos em campanha. São essencialmente estudantes universitários, mas entre os "jotinhas" também há elementos sub-18 e membros com percurso profissional. Correm o país ao lado dos partidos e alguns também são candidatos nas listas: há uma preocupação comum para que os grupos parlamentares espelhem a diversidade intergeracional, contaram ao JN vários líderes das juventudes partidárias. Militantes de base, presidentes de concelhias e voluntários, estão todos convocados para a campanha.
"Estamos a par e passo do que é a agenda que o partido quer propor", disse Francisco Camacho, líder da Juventude Popular (JP). Um acordo celebrado entre a JP e o CDS dita que 10% dos candidatos às legislativas devem ser membros da juventude do partido. Há uma grande mobilização da JP para ajudar o CDS-PP, mas "terá de haver alguma contenção no organizar desta campanha, e isso também terá de ser avaliado momento a momento", acrescentou o líder.
A Juventude Social Democrata "está particularmente bem preparada para uma campanha num contexto de pandemia", disse Alexandre Poço, líder da JSD. A maior aposta é "nos meios digitais": há uma "campanha específica a decorrer para as eleições legislativas nas redes sociais da JSD". Não há acordo escrito sobre os candidatos da JSD nas listas, mas "historicamente, e também nesta eleição, a JSD tem um conjunto de militantes seus propostos pela JSD que são hoje candidatos a deputados".
A Juventude Socialista (JS) também tem acompanhado a campanha nacional "na chamada caravana" que acompanha o líder do partido por todo o país, contou Miguel Costa Matos ao JN. Há caravanas próprias em certos círculos eleitorais e naqueles onde não há existem outras atividades "que os jovens aderem". "Há um empenho de parte a parte" para incluir os jovens da JS nas listas do PS e promover a "valorização dos jovens", contou Costa Matos.
O Bloco de Esquerda (BE) não tem uma juventude partidária formal. O BE recusa uma "política para os pequenos", contou Leonor Rosas, membro dos Jovens do Bloco. Os jovens estão completamente "integrados nas estruturas do partido e na campanha também", disse a jovem, que aos 21 anos integra a lista do BE pelo círculo de Lisboa (5º lugar).
Os Jovens do Bloco têm andado ao lado do partido promovendo iniciativas sobre mobilidade e gratuidade de transportes, habitação acessível, e alterações climáticas - temas que consideram ser um "fator decisivo para o voto no Bloco", disse a candidata do BE.
Há uma grande abertura por parte dos partidos para receber sugestões dos jovens, tanto para a campanha como no debate de ideias, relatam os líderes das juventudes. Em campanha, a maior vantagem dos jovens é a sua energia. Têm muita vontade. Uma das preocupações é quebrar barreiras e aumentar a participação dos jovens na política, afirmam.
Os candidatos das "Jotas"
As juventudes partidárias têm candidatos em todos os círculos eleitorais, com alguns nomes bem posicionados na corrida ao Parlamento.
A Juventude Popular tem 52 candidatos a nível nacional, distribuídos por todos os círculos eleitorais, com Francisco Camacho (4º por Lisboa), Joana Mendes (1º por Viana do Castelo) e Francisca Sampaio (1º pela Europa) em lugares elegíveis.
A Juventude Social Democrata tem 44 candidatos distribuídos por todos os círculos. Aqueles que têm maior hipótese de chegar ao Parlamento são Alexandre Poço (10º por Lisboa); João Pedro Louro (4º por Setúbal), e João Pedro Luís (1º por Portalegre).
Também a Juventude Socialista lançou os seus candidatos por todo o país, com 42 candidatos no total. Miguel Costa Matos (7º por Lisboa), Miguel Rodrigues (17º pelo Porto) e Eduardo Alves (2º por Portalegre) são os candidatos com mais hipóteses de conseguir a eleição.