Florêncio Almeida, presidente da direção da associação de táxis ANTRAL (Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em automóveis ligeiros) quer uma lei que estabeleça a forma como os motoristas de táxi se vestem. E não quer ver mais taxistas "de chinelinhos".
"Não é admissível que o motorista de táxi ande de chinelinho enfiado no pé, de calções. Andamos a transportar pessoas, não andamos a transportar ovelhas aqui na província", afirmou esta sexta-feira em Viseu.
O dirigente defende que, se a lei especificar que o taxista só pode vestir camisa, calças, ténis ou sapatos, o assunto fica resolvido, possibilitando às autoridades autuar. "Defendo isto há muito tempo, mas o Governo diz que é inconstitucional", lamentou.
O assunto vai ser debatido este fim de semana em Viseu durante um encontro destinado a discutir os problemas do setor.
"O táxi tem-se fechado dentro do seu mundo e temos de repensar", realçou no arranque dos trabalhos. Para o dirigente "existe muita resistência" à mudança" por parte dos taxistas. "Tem de se pensar se é altura de mudar ou não. As plataformas digitais vieram dar um grande abanão", reconheceu.
Por outro lado, a regulamentação "é muito fechada e rígida", apontou. Defende que, em conjunto com o Governo e as instituições que regulamentam o setor, é preciso discutir, nomeadamente as áreas metropolitanas de transporte, que não funcionam.
"Por que razão o táxi de Lisboa não pode ir a Cascais, a Oeiras ou a Almada? Em toda a Europa as grandes cidades têm áreas metropolitanas em que todos trabalham em conjunto", disse, defendendo o fim da delimitação territorial dos serviços.
"O cliente é melhor servido e o táxi tem outra rentabilidade. Nós aqui estamos amarrados a concelhos, os contingentes são das Câmaras e isto não pode ser", concluiu.