
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) afirma que a crítica feita à promoção, pela sua Direção Regional do Sul, de um "workshop" (curso) de maquilhagem, no Dia Internacional da Mulher, reproduz "um estereótipo de género antiquado e desfasado dos valores atuais".
10632467
"Todas as iniciativas organizadas pela ASJP têm como destinatários as juízas e os juízes, indistintamente", sustenta a associação, em "esclarecimento" publicado no Facebook. A ASJP, presidida por Manuel Soares, diz que vão participar, no "workshop" de 8 de março, juízas e juízes. Ao que se sabe, elas serão nove e eles três.
O "workshop" de maquilhagem é controverso, por acontecer no dia em que se assinala, internacionalmente, as lutas das mulheres por melhores condições de vida e de trabalho e pela igualdade de direitos. Mas a associação sugere que é uma coincidência de datas: "O dia internacional da mulher será evocado com iniciativas apropriadas, de outra natureza, viradas para a sociedade", diz.
"Neto Moura está inscrito?"
O esclarecimento na página da ASJP no Facebook teve dezenas de comentários. A grande maioria é crítica e reflete o debate sobre violência doméstica nas últimas semanas, devido ao número elevado de mulheres assassinadas.
"O Dia da Mulher será festejado com um workshop de maquilhagem para disfarçar os hematomas da violência doméstica?", pergunta uma comentadora. "O juiz Neto de Moura está inscrito?", ironiza também outra. Apesar da publicação do "esclarecimento", a associação diz que que as iniciativas das suas direções regionais são "de âmbito privado", e "não tem de dar quaisquer satisfações públicas" sobre elas.
