Mais de 20 mil litros de azeite lampante, produto embalado à margem da lei e que causa sérios riscos à saúde humana, foram retirados do mercado nos últimos dias pela Direção Geral de Saúde Pública (DGSP) da região da Extremadura de Espanha, que era comercializado em diversas localidades da província de Badajoz.
O produto confiscado é muito mais barato do que o azeite virgem, mas também é de uma qualidade muito inferior. O azeite lampante é utilizado como combustível de candeeiros e lamparinas e é nocivo à saúde humana.
De acordo com as autoridades de saúde estremenhas, a distribuição do azeite adulterado acontece sobretudo em mercados, postos de gasolina e pequenas lojas. Face à deslocação de muitos portugueses para abastecer as suas viaturas do outro lado da fronteira, a preços mais baixos, tudo aponta que aquele produto já tenha entrado em Portugal.
No início da semana, duas pessoas que adquiriram aquele produto alertaram a DGSP, que de imediato foi para o terreno e depois das análises feitas pelo Laboratório Agroalimentar da Extremadura, decidiu interditar a venda e apreender o azeite de nove marcas: Acebuche, Virgen del Guadiana, Cortijo del Oro, La Campiña de Andalucia, Galiaceite 2022, La Abadia, Villa de Jerez, Don Jaén Aceite 2019 e Império Andaluz.
Durante a manhã desta sexta-feira, o jornal espanhol "Hoy" revelava que os serviços de saúde tinham acrescentado mais duas marcas, Los Milagros e Almazara Fernández, às que "tinham azeite embargado na região, cujo produto retido ascendia a mais de 20 mil litros".
A Saúde Pública da Extremadura lançou um alerta a toda a população da região, em particular da província de Badajoz e limítrofes para que "quem tenha adquirido azeite daquelas marcas, se abstenha de o consumir" e que entre em contacto com aos serviços farmacêuticos e/ou veterinários dos Centros de Saúde da área de residência "para que sejam informados da evolução do alerta e atuações a levar a cabo em defesa da saúde pública".
Porque se trata de um delito contra a saúde pública, as autoridades deram conhecimento à justiça para que os suspeitos da fraude sejam acusados e condenados pelas infrações cometidas.
O que é o azeite lampante
É adequado para refinar e utilizado como combustível para candeeiros e lamparinas. É feito de azeitona de má qualidade ou processamento descuidado. Não é adequado para consumo humano, podendo criar graves problemas na saúde de quem o consumir.
Apreensão em Portugal
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) através da Unidade Regional do Sul-Unidade Operacional de Évora, levou a cabo no dia 5 de dezembro de 2022, uma ação de fiscalização visando uma indústria extratora de produção/embalamento e comercialização de azeite, localizada no distrito de Portalegre, tendo apreendido 73 mil litros de falso azeite que a ASAE suspeitava "tratar-se de óleo se bagaço de azeitona".