Dificuldades financeiras, com dívidas na ordem dos dois milhões de euros, levam o CDS-PP a tomar medidas de "austeridade" com o despedimento de funcionários na sede nacional e cortes no apoio ao grupo parlamentar.
"Reduzir a despesa corrente e controlar as contas do partido". Segundo noticia o "Jornal Económico" esta sexta-feira, citando fonte do partido, "as dívidas podem chegar 'perto dos dois milhões de euros' este ano, pelo que a direção está a ponderar avançar com o encerramento de sedes alugadas e o despedimento de funcionários".
Lê-se ainda que assessores, secretárias do partido e um motorista com dezenas de anos de trabalho estão entre as rescisões já acertadas na sede nacional dos centristas, em Lisboa. Neste "ajuste dos custos à nova realidade", os funcionários que ficam, tanto na sede como no grupo parlamentar, "sofrerão cortes salariais".
As medidas de "austeridade" estendem-se também às sedes distritais e concelhias: "aquelas que são arrendadas e que não são usadas frequentemente (...) serão as primeiras a serem encerradas".
"O resultado eleitoral que tivemos obriga a uma redução de gastos e o CDS-PP não se pode endividar mais", afirmou João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa. Fernando Barbosa, da distrital do Porto, acrescentou que as sedes em Matosinhos e Valongo fecharam recentemente.
Recorde-se que o CDS-PP registou 4,22% de votos nas Legislativas de 6 de outubro, o que representa cinco deputados na Assembleia da República (antes tinha 18).
A redução da subvenção estatal e das comparticipações financeiras alia-se ao saldo negativo de 456.969,63 euros das contas do partido no ano passado. O "Jornal Económico" refere ainda 1.070.433,84 euros de passivo e perto de 500 mil euros de financiamento junto de entidades financeiras.