Um grupo de 116 personalidades subscreve uma carta aberta pedindo ao Presidente da República que marque eleições mas "sem precipitações" dados os processos eleitorais nos partidos.
"Tempo para a Democracia: pela igualdade, qualidade e estabilidade democráticas" é o título da carta aberta que 116 cidadãos subscreveram, pedindo a Marcelo Rebelo de Sousa que não se deixe pressionar pelas exigências orçamentais na marcação da data das próximas legislativas.
"A marcação de novas eleições é preferível ao arrastamento da instabilidade, fragilidade e degradação das instituições políticas. A preparação dos programas e escolha dos candidatos, os vários debates e a campanha devem decorrer em tempo rápido mas razoável, sem precipitações que sempre frustrariam os objetivos de esclarecimento dos eleitores e de superação dos impasses políticos", alertam os cidadãos, preocupados com a "igualdade de oportunidades e imparcialidade no tratamento de candidaturas" dos diversos partidos.
Rebatendo os argumentos de Rui Rio, os peticionários afirmam ser "falsa a ideia de que haveria um conflito entre o interesse num processo eleitoral que decorra rapidamente, mas assegurando a normalidade democrática, e o interesse da economia, das empresas e dos trabalhadores". E recordam que "a Comissão Europeia já veio clarificar que a execução e pagamentos do PRR e dos fundos estruturais não estão dependentes do novo Orçamento, nem do processo eleitoral".
Os 116 cidadãos alertam que o cargo de Presidente da República exige imparcialidade, recordando que, por isso, a Constituição dá "competências para dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas exclusivamente ao Presidente da República, não a uma maioria instantânea ou circunstancial de partidos que decidiriam interessadamente em causa própria".
Entre a longa lista de signatários encontram-se professores universitários, economistas, médicos, gestores e empresários, entre outros, entre os quais sobressaem alguns com ligações conhecidas ao PSD ou ao CDS-PP, como António Nogueira Leite, Bruno Bobone, Carlos Barbot, Diogo Feio, Francisco Van Zeller, Nuno Botelho ou Nuno Crato.