Um professor colocado em quadro de zona pedagógica (vai haver 63 áreas geográficas) pode ter de dar aulas em vários agrupamentos para ter um horário completo. A Federação Nacional de Educação concorda com a redução das áreas mas exige que as deslocações sejam comparticipadas.
À saída do Ministério da Educação, o líder da FNE classificou a proposta apresentada, esta quarta-feira, pelo Governo, de "poucochinho", especialmente quanto às reivindicações que vão além dos concursos, como recuperação do tempo de serviço, fim das vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões, fim das quotas na avaliação docente e atualização dos salários. Nisso, frisou, a proposta "é um conjunto de nadas".
E por isso a FNE admite equacionar aprovar ações de luta ou convergir com outras organizações sindicais. Recorde-se que a federação mantém-se à margem das greves.
"É preciso continuar a negociar", insiste João Dias da Silva, admitindo que será inevitável os professores continuarem a deslocar-se por o país ter um problema estrutural de "ter mais docentes no norte e mais necessidades por preencher a sul".
O primeiro-ministro fechou, esta quarta-feira, a porta à recuperação do restante tempo de serviço congelado. Interpelado, João Dias da Silva defendeu que as palavras de António Costa dão razão à insatisfação da FNE. O primeiro-ministro, recordou, foi o primeiro a impedir que essa recuperação fosse concretizada é essa medida continua a ser "essencial".
Neste momento, referiu, há maior urgência em negociar o regime de concursos para ser lançado, este ano, o procedimento que vai garantir a transição dos 10 para os 63 Quadro de Zona Pedagógica (QZP) e só depois o novo regime, a partir do próximo ano, de vinculação dos professores contratados com mais de três anos de serviço.