A Direção-Geral de Saúde está a receber queixas de pessoas que acreditam que familiares seus estão retratados nas imagens dos maços de tabaco.
"Já chegaram algumas queixas e é um fenómeno que também está a acontecer noutros estados-membros da União Europeia", explica ao JN uma fonte da DGS.
Esta quinta-feira, uma mulher de Lisboa partilhou no Facebook uma das imagens, garantindo tratar-se do pai, que faleceu recentemente no Hospital dos Capuchos. No post, já foi partilhado milhares de vezes, P. Ribeiro pede que os maços com a suposta fotografia sejam retirados do mercado. "Não têm respeito pela minha dor e o meu luto. Foi assim que o vi pela última vez no hospital e foi assim que foi o nosso adeus para sempre. Não tinha na mente esta imagem, mas sim os melhores momentos da nossa vida", escreveu.
A mulher garante que não lhe foi pedida autorização para a utilização da imagem nos maços de cigarros: "Nem sequer me pediram autorização. Isto é crime, alguém tem que pagar pelos damos que estão a causar-me e aos meus mais chegados".
A DGS refuta esta denúncia e recorda que as imagens dos maços "são da responsabilidade" da Comissão Europeia (CE), que as escolheu para serem veiculadas em todos os estados-membros. No seu site, a CE garante ter os direitos de autor de todas as fotografias - que são comuns a todos os países.
As queixas têm-se multiplicado por toda a Europa. "Em alguns casos, acontece por razões emocionais: as pessoas encontram mesmo semelhanças com familiares, noutras situações poderá haver algum oportunismo associado ao fenómeno", diz a mesma fonte da DGS.
Até ao momento, nenhuma das queixas chegou aos tribunais portugueses. "Quando informamos as pessoas de que as imagens são legais acabam por desistir da queixa."