Todos os idosos a residir em lares de terceira idade, conhecidos da Segurança Social, serão vacinados até ao final da próxima semana, disse António Costa.
A aceleração é possível graças à possibilidade de se retirarem seis doses, e não cinco, de cada frasco da vacina da Pfizer e da BioNTech e a possibilidade de a segunda dose ser tomada depois dos 21 dias iniciais, autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento.
A retirada de seis doses de cada frasco permite "uma melhor gestão" do stock e "acelerar o processo de vacinação nos lares", disse o primeiro-ministro, na apresentação de novas medidas de restrição. Agora, afirmou, o objetivo é "concluir até ao final da próxima semana a vacinação integral da primeira toma em todos os lares". De fora têm ficado as instituições com surtos de covid-19, onde a vacinação é desaconselhada.
Entre idosos e trabalhadores em lares e profissionais de saúde, até ao momento, Portugal já vacinou mais de 130 mil pessoas. Nenhuma sofreu uma reação adversa severa, assegurou ao JN Francisco Ramos, coordenador da task force para a vacinação contra a covid-19. Na Noruega, morreram 23 idosos pouco depois de tomarem a vacina. Todos eram doentes em estado crítico. No estado norte-americano da Califórnia, há nota de reações severas.
"Ainda não tenho confirmação oficial" do sucedido nos dois países, mas "está a ser acompanhado pela Direção-Geral de Saúde e pelo Infarmed", adiantou Francisco Ramos. A administração da vacina da Pfizer e da Moderna está regulada pela DGS, que a desaconselha em pessoas com hipersensibilidade a substâncias contidas no fármaco ou com "doença aguda grave" para "evitar a sobreposição dos sintomas da doença com eventuais efeitos adversos à vacinação", lê-se na norma
O Infarmed confirmou apenas que está a seguir as mortes ocorridas noutros países. A DGS não respondeu em tempo útil.
Doentes terminais de fora
A Noruega desaconselhou a administração da vacina da Pfizer BioNTech a doentes em estado terminal. A mudança de política decorre da morte de alguns idosos, pouco depois de receberem a vacina.
Califórnia retira lote da Moderna
A principal epidemiologista do estado norte-americano da Califórnia recomendou a suspensão da administração de um lote da vacina da Moderna. A recomendação deve-se a um "abundante excesso de cautela" e ao facto de haver muito poucas vacinas disponíveis, disse.