Sem qualquer contacto da Unidade de Saúde Pública desde que testou positivo, jovem eleitora não conseguiu inscrever-se para voto em casa.
Estas vão ser as "primeiras eleições" em que Ana Rita Governo, 31 anos, não vai poder votar. Está em isolamento, com covid-19 confirmado desde o passado dia 8, mas o contacto que aguardava por parte do delegado de saúde - que seria feito nas 48 horas seguintes - ainda não aconteceu.
"Liguei 670 vezes [na passada quinta-feira, último dia para obter declaração válida para votar] para a Unidade de Saúde Pública do Estuário do Tejo, sem sucesso", relatou a eleitora, que guardou o registo do número de telefonemas que realizou para comprovar os esforços efetuados.
Para poder inscrever-se no voto em casa, teria de apresentar uma declaração de isolamento profilático emitida até dia 14. Tentou apresentar a baixa médica, mas não foi aceite pela Comissão Nacional de Eleições.
"Não vou conseguir votar, mas em duas semanas tinha de ter dado tempo para resolverem isto", lamentou.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo esclareceu que o Gabinete Regional de Intervenção para a Supressão da COVID-19 em Lisboa e Vale do Tejo tem 40 contratados a iniciar funções esta semana e que o Departamento de Saúde Pública tem "mais de 200 militares (afetos à sede e Unidades de Saúde Pública dos vários Agrupamentos de Centros de Saúde), além de mais de 200 médicos internos e cerca de 80 profissionais cedidos por municípios" que desenvolvem " todos os esforços para realizar o maior número de inquéritos possível".
O Ministério da Administração Interna esclareceu, por sua vez, que a lei que permite o voto confinado não pode ser alterada e que "12.906 eleitores inscreveram-se para votar nesta modalidade".