O PSD ficou isolado, esta quinta-feira, na defesa do adiamento das eleições autárquicas para novembro ou dezembro. Todos anunciaram um voto contra. Apenas o CDS-PP se vai abster.
"Nas presidenciais, o adiamento era importante. Nas autárquicas é essencial", argumentou o secretário-geral do PSD, ao apresentar, esta quinta-feira, no Parlamento, a proposta para se adiar por 60 dias as eleições autárquicas. José Silvano argumentou com o "dever de se assegurar o debate de ideias e a proximidade com as populações". E atacou o PS, acusando-o de se opor porque "não quer a oposição a fazer campanha".
Mas nenhum partido apoiou as pretensões dos sociais-democratas. E, todos, com a exceção do CDS-PP que se vai abster, anunciaram um voto contra, na votação na generalidade que será feita no início da noite.
"Tenho alguma dificuldade em defender o adiamento com sete meses de antecedência!", começou por dizer o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo. "Os argumentos não têm base sólida", acrescentou o deputado bloquista, José Maria Cardoso. Um argumento partilhado pela deputada socialista Isabel Oneto. "Não traz um único critério objetivo", reforçou.
"É demasiado cedo para se pensar em adiar as eleições", reforçou o líder da bancada do PEV, José Luís Ferreira. "Nada nos garante que a situação com a pandemia não estará pior em dezembro", concordou o deputado comunista António Filipe.
E nem o CDS-PP, parceiro de coligação dos sociais-democratas, alinhou com a proposta, anunciando a abstenção. "Consigo compreender a argumentação mas não sei se será boa ideia", disse o líder parlamentar dos centristas, Telmo Correia.
O PSD tinha pedido que o projeto de lei de adiamento das autárquicas descesse à comissão sem votação, mas não teve o apoio das restantes bancadas, que querem simplesmente rejeitar a iniciativa.