Passos Coelho fez uma aparição pública, esta segunda-feira, em Lisboa, a poucos dias das eleições do PSD. O antigo primeiro-ministro cruzou-se com Luís Montenegro, um dos três candidatos a líder dos sociais-democratas, durante o lançamento de um livro de Luís Reis, mandatário de Montenegro. Mas sobre política recusou falar: "Estou fora de tudo isso", afirmou Passos.
Luís Montenegro, por seu turno, esclareceu que este encontro "não foi combinado. Portanto, desse ponto de vista, é efetivamente [uma coincidência]". Já quando questionado sobre se gostaria de ter o apoio declarado de Pedro Passos Coelho, o candidato a presidente do PSD foi diplomático: "Respeito muito a posição de equidistância que, normalmente, os ex-líderes têm. Acho que é adequada. Sinto um conforto muito grande nas pessoas com quem trabalhei [foi líder da bancada do PSD durante o Governo de Passos] e, portanto, não sinto esse tipo de falha".
Passos garantiu que apenas marcou presença no evento devido à "grande estima" que tem por Luís Reis, autor do livro "Da Troika à Geringonça". O médico e economista, que é também mandatário da candidatura de Montenegro, disse, durante a apresentação da obra, que "muita gente criticou este senhor [Passos Coelho] por ter ido além da troika; eu critiquei-o por não ter ido suficientemente longe".
As eleições do PSD, que vão ser decididas entre Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, estão marcadas para este sábado. Questionado pelos jornalistas, Passos Coelho preferiu não fazer quaisquer comentários. "podem fazer as perguntas que quiserem, mas eu não vou responder", disse.