Em 2022, houve quatro períodos com excesso de óbitos, num total de 6135. Região Norte e idosos mais fustigados.
É a confirmação do que há muito a comunidade médica e científica vinha alertando. Desde a pandemia o padrão de mortalidade alterou-se. E o envelhecimento da população já não explica, na totalidade, esse agravamento do risco de morrer. O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) identificou, em 2022, quatro períodos com excesso de óbitos. Associados, em parte, a ondas de gripe/covid e calor/frio. Outros fatores continuam a ser uma incógnita, uma vez que os últimos dados disponíveis sobre as causas de morte reportam a 2020.
Para os quatro períodos com excesso sinalizados (ver infografia), o INSA identifica coincidências temporais com picos ou de maior incidência de covid/gripe e de frio, bem como de temperaturas máximas acima do normal. Mas que não explicam a totalidade do fenómeno. Porque, escreve o INSA no seu relatório, "o aumento da taxa de mortalidade em vários grupos etários em 2022 indica um aumento do risco de morrer, em relação aos anos pré-pandemia". Que "não parece explicado pelo envelhecimento populacional, que até 2019 parecia ser o principal fator associado ao aumento da taxa bruta de mortalidade".