Para um percurso de quatro paragens de metro, tem de planear a viagem e avisar todas as vezes um funcionário que vai precisar de rampa de acesso.
Tetraplégico desde 2003 na sequência de um acidente doméstico, Sérgio Lopes, 38 anos, confronta-se diariamente com passeios inacessíveis, elevadores avariados e outros obstáculos ainda muito presentes em Lisboa. "Quando saímos do centro para as freguesias mais periféricas, passamos de ter alguma coisa, em termos de acessibilidades, para não termos nada. É uma diferença do dia para a noite", lamenta.
Já denunciou várias barreiras, mas muitas reclamações ficam por fazer. "Se sempre que sofresse com alguma inacessibilidade me queixasse, não fazia mais nada durante o dia", diz. É na Gare do Oriente que começa um percurso aparentemente simples, daquela estação até à Bela Vista. São apenas quatro paragens de metro, mas o planeamento da viagem tem de ser feito com antecedência. Sérgio tem de avisar o funcionário da bilheteira que vai apanhar o metro para este o auxiliar com uma rampa de acesso à carruagem e informar o destino para que também o recebam no destino com a rampa. "Por vezes, têm de fechar a bilheteira para nos ajudar", conta.