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O futebol português voltou a fazer história, com a qualificação para a final do Campeonato do Mundo de Sub-17, evento que está a decorrer em Doha, no Catar, e que contou com 48 seleções. Pela primeira vez, em 111 anos da Federação Portuguesa de Futebol, Portugal alcançou a final do Mundial neste escalão, apenas a quarta no futebol em Campeonatos do Mundo, todas, até aqui, em sub-20, em 1989, 1991 e 2011.
A história pode ser reforçada com o primeiro título mundial do escalão, se Portugal bater, amanhã, a Áustria. Está de parabéns este grupo de trabalho que, neste ano, se sagrou campeão da Europa da categoria, numa demonstração de qualidade, consistência e ambição. A final de amanhã será a quinta desta Direção em nove meses de trabalho, depois dos títulos conquistados na Liga das Nações, Europeu de Sub-17, Europeu de Sub-19 em Futsal e Liga Europeia Feminina de Futebol de Praia. O desporto feminino, em clara expansão, pode ainda dar-nos mais alegrias, com Portugal na quadra no primeiro Mundial de Futsal Feminino, com aspirações e ambição a um bom resultado.
Estes resultados aparecem com naturalidade. Que esta frase não soe a sobranceria ou arrogância, longe disso. Nunca prometeremos finais ou tomaremos apuramentos como garantidos. Mas hoje assistimos a uma mudança de paradigma, a uma mentalidade vincada na forma como as nossas seleções trabalham e se apresentam nestas competições.
O segredo está na coesão de um ecossistema que faz do futebol um modelo de negócio de sucesso, das poucas atividades que competem contra países mais fortes economicamente, e que começa no trabalho dos clubes e das associações distritais e regionais e das associações de classe, e que encontra no futebol profissional e na Liga Portugal o topo da pirâmide.
Esta confiança no trabalho e no processo fizeram do futebol português um caso de estudo, reconhecido em todo o Mundo, já destacado por FIFA e UEFA. A confiança vê-se no trabalho de todos os agentes desportivos, que conseguem, com consistência, formar gerações de jogadores que irão depois afirmar-se na elite mundial, e representar a seleção nacional, embaixadora máxima do país. Como afirma Pedro Proença, presidente da FPF, Portugal joga com humildade, responsabilidade e ambição. Viemos mesmo para ganhar.

