Filantropia é uma palavra que pode ser interpretada de muitas formas, mas que apenas tem um significado: dar sem esperar nada em troca. Vejo as notícias e penso - afinal, os anos 20 são sempre loucos! No século XIX, foram as Revoluções Liberais e as independências. No século XX, a gripe espanhola, a guerra mundial e o crash da bolsa; no XXI, as alterações climáticas, a covid - que ainda não terminou - e agora, a guerra.
Corpo do artigo
A constante torna-se evidente. Sempre que surge uma disfunção social ou económica, como agora a pandemia, alguns líderes mundiais acabam agindo sempre da mesma forma. Aproveitam as fragilidades dos outros e esticam a corda procurando o seu próprio benefício. Este conflito na Ucrânia parece a crónica de uma guerra anunciada. Todos os elementos necessários ao conflito estão presentes: a fragilidade dos vizinhos (em véspera de eleições nacionais e saindo da pandemia), a tradição expansionista (não será por acaso que a Rússia é o maior país do Mundo) e a justificação para invadir (população nacional ameaçada num território "ocupado" e historicamente russo)
Mas talvez Putin tenha feito mal as contas. Talvez a justificação para invadir não seja bem recebida pelo seu próprio povo; talvez a tradição expansionista já não encontre no mundo digital aquela justificação que ele aprendeu nos tempos da KGB; e talvez os seus vizinhos não estejam tão frágeis e sozinhos como ele pensou.
A resposta que o Mundo (com a exceção de sete países) está a dar a Putin é incrível, mas não é surpreendente. A solidariedade que as democracias demonstram com a Ucrânia está ao mesmo nível da que foi dada quando começou a pandemia, onde todos se sacrificaram pelos mais fracos.
Talvez o Mundo esteja, afinal, melhor! Talvez o facto de a pandemia ter colocado todos os humanos, pela primeira vez, na mesma página, nos tenha feito melhores do que antes.
Foi nisso que pensei hoje, quando vi na televisão o empresário brasileiro Leonardo Freitas oferecer a viagem mais preciosa - escapar da guerra - a quem dela precisava, e sem nada pagar.
Agora já sei que os amigos lhe chamam-lhe Léo. Viva o Léo Freitas. O Mundo é melhor assim.
Especialista em Media Intelligence

