Opinião

O Norte social

As duas crises que atravessaram a nossa vida desde 2020 trouxeram grandes desafios sociais. Tivemos de inventar respostas em modo de urgência para acudir aos que viviam sós, para incluir os que não sabiam digitar, ou mais recentemente para reduzir as prestações da casa e controlar a conta do supermercado.

Sabíamos, antes disso, que já não tínhamos todas as soluções para novos problemas sociais, como os de saúde mental, o envelhecimento ativo ou a inclusão e das pessoas com deficiência.

Sabíamos que as transições digital e climática iriam precisar de um pilar social forte e muito criativo, sob pena de os que ficam para trás as rejeitarem.

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Sabíamos que precisávamos de inovar no domínio social, testando ideias novas para resolver problemas sociais.

Assim fizemos com a iniciativa Portugal Inovação Social, recentemente renovada pelo Governo, e muito bem, até 2030. Aqui no Norte, foram muitos os projetos apoiados, mais de 271 de capacitação para o investimento social e parcerias para o impacto social, em domínios como a inclusão social, a cidadania ou a capacitação digital.

Muitos municípios e fundações tornaram-se parceiros e investidores sociais, permitindo a sustentabilidade destas iniciativas. Vale a pena lembrar algumas pelo nome, na impossibilidade de as referir a todas. A "ValorIN", em Vila do Conde, para a inserção socioprofissional de pessoas com deficiência, que prestam serviços a fábricas para finalização de produtos; a "Comunidade Criativa de Inclusão Digital de Guimarães", que estimula o envolvimento de jovens na participação cívica e no voluntariado para a inclusão digital de pessoas infoexcluídas; ou "No Poupar Está o Ganho", para promover a literacia financeira junto de crianças em idade escolar.

Há dois anos, durante a Presidência portuguesa, foi assinado o Compromisso Social do Porto. Nessa altura, saíamos de uma crise e não esperávamos outra. Voltamos agora para fazer o ponto da situação e reafirmar o nosso empenho para que a Europa disponha das respostas sociais que nos ajudem a encontrar o "Norte" em tempos de crise e durante as transições disruptivas como as que estamos a viver.

*Eurodeputada

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