Rafael BarbosaAfinal, onde está a bola?Vem aí uma torrente de dinheiro. Milhares de milhões em fundos europeus. Números que estão para além da capacidade de entendimento de qualquer um de nós.
Rafael BarbosaAs sondagens, a Direita e a EsquerdaNotas prévias: as sondagens não substituem as eleições; as sondagens são fotografias de um determinado momento; as sondagens têm margens de erro (à volta de 3%); nenhuma sondagem pode prever, nesta altura, o que vai acontecer nas próximas eleições legislativas, sejam elas em 2023 ou já ao virar da esquina.
Rafael BarbosaOs dribles1. André Ventura tem uma habilidade natural para o drible político, não interessa se por boas ou más razões. Mas o que verdadeiramente impressiona é a insistência dos seus adversários políticos em facilitar-lhe as jogadas.
Rafael BarbosaMais ricos, mais pobres1. A pandemia trouxe uma crise económica e social como nunca se viu. Centenas de milhões de pessoas foram atirados para a pobreza. Muitos conheceram a fome pela primeira vez. Também em Portugal.
Rafael BarbosaNo fundo do poço1. Nunca é demais repetir a analogia: se há dois frangos e duas pessoas, a estatística vai dizer-nos que cada uma dessas pessoas comeu um frango, mesmo que uma delas tenha comido dois e a outra nenhum. Serve para nos lembrar que a estatística tem limites. Mas não elimina a sua importância. Por exemplo, a que tem a ver com o produto interno bruto per capita, que, mais do que a riqueza média de cada indivíduo, é útil para medir e comparar a riqueza de um país ou de uma região. E segundo os dados ontem divulgados pelo INE, há duas coisas que não mudam: Portugal continua a ser um parente pobre da Europa; e a manter assimetrias brutais entre as suas regiões. Lisboa destaca-se, como sempre, pela acumulação de riqueza (não confundir com lisboetas, porque também há muitos a quem não chegam os frangos). O Norte, ao contrário, pela pobreza. Três factos: a mais rica sub-região do Norte, a Área Metropolitana do Porto, está apenas em oitavo lugar, num total de 25; as restantes sete estão entre a metade mais pobre; e no fundo do poço está o Tâmega e Sousa (que corresponde, para quem esteja mais a par da geografia antiga, ao interior do distrito do Porto). Enquanto ninguém se propuser a levar a cabo uma revolução político-administrativa (sim, a regionalização), a solução continuará a ser a de sempre: migrar para um poleiro junto ao Terreiro do Paço.
Rafael BarbosaUm negócio multimilionárioChama-se Margaret, tem 90 anos, foi a primeira pessoa no Mundo a receber a vacina da Pfizer/BioNTech. A mesma que, esperamos todos, chegará aos portugueses nos primeiros dias de janeiro.
Rafael BarbosaDar boleia aos ultrasÉ cedo para certezas absolutas. Porque não há sondagens que substituam a prova dos nove de umas eleições. Ainda assim, fazer de conta que não se vê o elefante na sala não serve para nada.
Rafael BarbosaOrçamento e regionalização1. Se dúvidas havia, ficaram ontem desfeitas ao longo das votações na especialidade: os deputados socialistas deram luz verde a uma série de propostas comunistas. Amanhã será a vez do PCP viabilizar a versão final do Orçamento do Estado para 2021.
Rafael BarbosaChantagem e tortura1. Qualidade da democracia, pluralidade política, independência judicial, respeito pelas minorias e liberdade de Imprensa. São dimensões que a União Europeia já está a avaliar, em cada um dos países que a compõe.
Rafael BarbosaA América não fica longeÉ possível que Donald Trump não ganhe as eleições para presidente dos EUA (a balança do colégio eleitoral pendia, ontem à noite, por escassos gramas, para o lado de Joe Biden).
Rafael BarbosaLisboa ganha sempreHá um antes e um depois do metro. Para um lisboeta a frase terá pouco ou nenhum significado. Mas para muitos portuenses (os que vivem no Porto e nos municípios à volta) é sinónimo de uma revolução.
Rafael BarbosaPandemia de costas largasCostuma dizer-se que não se pode esperar sol na eira e chuva no nabal. Ajustando o adágio à pressão que foi sofrendo o Serviço Nacional de Saúde ao longo destes duros meses de pandemia, não poderíamos esperar que a capacidade de resposta continuasse a ser exatamente a mesma.
Rafael BarbosaO pior debate da história?Entre os historiadores, há muito que o problema está identificado (que não resolvido): não se pode avaliar um determinado período histórico usando os valores de um tempo histórico diferente. É o que se chama um anacronismo.
Rafael BarbosaO BancoÉ um dos temas com lugar cativo nos artigos de análise, comentário ou opinião de todos os órgãos de Comunicação Social. Tem, ainda, a vantagem de servir todos os pontos de vista, estejam os seus autores mais à Esquerda, ao Centro ou à Direita, sejam orgulhosos defensores ou ferozes detratores do capitalismo, seja qual for o partido, associação ou movimento em que paguem a quotas.
Rafael BarbosaOs efeitos de Ana GomesÉ quase oficial: Ana Gomes será candidata às presidenciais de janeiro do ano que vem. Candidata socialista (militante do partido, antiga eurodeputada), ainda que sem o apoio do PS (uma nova tradição, posto que o partido também não apoiou candidato em 2016). Ora, só o facto de haver uma candidata socialista, por oficiosa que seja, é suficiente para virar a campanha de pernas para o ar. Nem tanto por causa do resultado final (é provável que o atual presidente seja reeleito e talvez por margem folgada), mas porque o debate deixa de ser exclusivamente entre o presidente que representa a moderação do centro político e os insurgentes (estejam eles à Esquerda ou à Direita).
Rafael BarbosaDivisão de tachosUma fórmula eleitoral excêntrica e medrosa. Assim se classificou, nesta mesma coluna, mas em 2017, a proposta do Governo de transformar as comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR) numa espécie de proto-regiões.
Rafael BarbosaCrianças sem padrinhosEm Portugal, há mais de sete mil crianças e jovens a viver em instituições (números de 2018). Filhos de pais violentos. Filhos de pais alcoólicos. Filhos de pais incapazes. Seja qual for a razão (estas e muitas outras), são sete mil crianças e jovens que não têm uma verdadeira família. Uma tragédia.
Rafael BarbosaDepósitos de idososEm Braga, a Irmandade cobrava 40 mil euros aos idosos e suas famílias por um lugar no lar. Em Famalicão, 11 idosos viviam em "perigo iminente". Na Maia, 50 utentes viviam sem aquecimento nem higiene.
Rafael BarbosaDemocracia baratinhaAs próximas eleições presidenciais serão, na prática, uma espécie de plesbicito. Estará sobretudo em causa perceber a dimensão da maioria que Marcelo Rebelo de Sousa conseguirá nas urnas.
Rafael BarbosaOu vai ou rachaA macroeconomia é um conceito distante, quase sempre ilustrado com previsões, percentagens e valores fora da nossa compreensão.
Rafael BarbosaTAP, Portugal e paisagemSeja através de uma nacionalização, seja através de uma negociação (riscar o que não interessa), é certo que haverá intervenção do Estado e a respetiva injeção de dinheiro dos contribuintes na TAP - 1200 milhões de euros no mínimo, se vingar a solução negociada, porque, no que diz respeito ao deve e haver de uma nacionalização, será preciso esperar pelo menos um par de anos para fazer as contas.
Rafael BarbosaNeurónios em vez de músculoParecia que estávamos de regresso a um telejornal de março ou abril. Escalpelizavam-se números a nível nacional, detalhavam-se números regionais, faziam-se apontamentos de reportagem onde quer que houvesse um caso, mostrava-se o repórter junto a um lar, voltava-se aos números em estúdio, desta vez por escalões etários, viajava-se para Norte, onde o veterano de guerra de Ovar pedia intervenções musculadas na capital. Vinha aí, portanto, o apocalipse.
Rafael BarbosaA TAP de LisboaLá diz o povo que o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. Também podia ser, mas o pretexto não é desta vez o Novo Banco. O destaque vai para a TAP e para os 946 milhões de euros com que os contribuintes de todo o país, de Bragança a Faro, vão encher os cofres da companhia aérea lisboeta (se for preciso, sobe aos 1200 milhões).
Rafael BarbosaParaministro e lay-off1. Causou agitação no mercado político a contratação, pelo primeiro-ministro, de uma personagem supostamente "fora da caixa". O anúncio foi recebido com tumulto, primeiro à Esquerda, depois à Direita.
Rafael BarbosaJogos florais1. O Novo Banco é um bom assunto para trazer para cima da mesa quando não sobra nada de interessante para discutir. Transformou-se numa espécie de jogos florais parlamentares.