
Pilar de sinalização no rio Douro tem de ser reparado
Amin Chaar
Quem mora nas margens do Douro, perto do edifício da Alfândega, no Porto, e no lado de Gaia também, anda há três semanas a queixar-se do barulho que vem do rio. "Uma pessoa fica louca, parece um sino", disse, ao JN, Patrícia Silva, que mora em frente à Alfândega mas numa zona mais alta da cidade.
O som metálico ecoa e sobe a encosta toda de Miragaia até às Virtudes e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) já detetou a anomalia: "Tem a ver com uma das correntes do pilar de sinalização que se desprendeu".
A APDL, que tem a seu cargo a Via Navegável do Douro, compromete-se a reparar a avaria, "assim que estiverem reunidas as condições meteorológicas para os trabalhos". O que não tem sucedido, devido à chuva intensa. A intervenção, que só será possível de ser executada no local, consiste em "soldar" a corrente.
Inconformados por o ruído se arrastar há tempos, os habitantes de Miragaia protestam. Orlando Pinto, que faz companhia à mãe, residente em frente à Alfândega, não vê a hora de o barulho terminar. Diz que o som, ininterrupto durante a noite, "dificulta o sono", sobretudo à progenitora, que é idosa.
Orlando Pinto não consegue precisar quando surgiu a irritação sonora, mas vai falando em "semanas". Acrescenta que foram pedidas explicações à União de Freguesias do Centro Histórico, mas que vieram de mãos a abanar.
"Liguei e ligo para todos, desde a Polícia Marítima do Porto e de Lisboa, ao Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos... Ninguém se responsabilizava pelo barulho até que estes dias a Polícia Marítima disse já tinha recebido mais queixas e que era da responsabilidade da APDL", conta Patrícia Silva.
Quanto ao facto de a APDL comprometer-se a reparar a avaria assim que possível, aí a moradora, que vive numa casa acima da dos pais (que chegam a passar noites inteiras sem dormir e o pai, para se distrair, até os fones coloca durante o dia) atira: "Por ser um problema que afeta os moradores têm tempo, se fosse para o turismo estava já resolvido".
Paulo Teixeira, também de Miragaia, é outro queixoso. "Já se ouve há mais de duas semanas. Um destes dias, quando saí para o trabalho, às 5.30 da madrugada, ouvia-se perfeitamente. Parece um sino. É como se um ferro estivesse a embater noutro ferro", descreve, dando conta que o desconforto é partilhado pelos vizinhos, que admitem ter "dificuldades para adormecer".
Sem saber a origem do incómodo sonoro, antes de ser informado pelo JN acerca do esclarecimento da APDL, Paulo Teixeira confessou que até "pensava tratar-se do ruído de alguma obra nas imediações".

