Câmara do Porto avalia espaços físicos para dar resposta ao problema dos sem-abrigo

Pedro Duarte teve direito a uma visita guiada ao Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano
Foto: Pedro Correia
A Câmara do Porto está a diagnosticar os edifícios existentes na cidade Invicta, que possam ser reaproveitados para ajudar a dar resposta ao problema dos sem-abrigo. Programa de Consumo Vigiado poderá ser reformulado.
O presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, visitou o Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano, no Bonfim, onde se inteirou da realidade das muitas pessoas sem-abrigo, que ali encontraram um teto provisório. O autarca acredita que é preciso dar uma resposta a este problema "cuja escala tem aumentado, para vergonha de todos nós" e adiantou que o município já está a trabalhar em soluções.
"Uma das vertentes da resposta passa por aumentar os espaços físicos e, por isso, estamos a olhar para um conjunto de imóveis, dentro da cidade, que possam servir este propósito. Estamos em contacto com o Estado para podermos olhar para um conjunto de imóveis que detém na cidade do Porto e perceber os que poderemos adquirir ou tomar posse, utilizando-os para dar resposta a este problema", começou por explicar Pedro Duarte, acrescentando que esta visita foi também motivada pela necessidade de perceber o trabalho desenvolvido por quem está no terreno a combater este flagelo.
Rever o Programa de Consumo Vigiado
O autarca salientou que o fenómeno das pessoas sem-abrigo "está muito associado a comportamentos aditivos, designadamente a tóxico-dependências e alcoolismo" o que obriga a ter uma resposta "multifacetada e que abranja muitas variáveis".
Nesse sentido, o Programa de Consumo Vigiado também estará sob revisão, nomeadamente para perceber como pode ser melhorado. "A resposta dada por este programa tem virtudes do ponto de vista da saúde pública e individual. Queremos melhorá-lo, não sei se com mais apoio da Câmara ou do Estado, porque ainda não temos uma solução finalizada, mas acredito que a vamos ter a curto prazo", começou por explicar.
Foto: Pedro Correia
As alternativas para dar apoio a pessoas toxicodependentes estão em estudo e podem mesmo ser aplicadas de forma conjunta. "Podemos abrir outra sala ou mesmo pensar na própria localização da existente. Se é claro para nós que tem vantagens no acompanhamento deste fenómeno, também sabemos que pode ser um fator de perturbação social. Portanto, temos de conciliar estas duas vertentes, preservando um ambiente urbano, saudável e harmonioso", assinalou o presidente.
No último balanço público o número de sem-abrigos rondava as 600 pessoas e Pedro Duarte revelou que a tendência tem sido crescente, apesar da autarquia continuar empenhada em ajudar a combater o problema. No entanto, o presidente acredita que a resposta tem de ser construída "de baixo para cima" e numa cadeia integrada, de modo a conseguir cobrir todas as variáveis (clínicas, de enfermagem e de reinserção profissional).
