A mãe e a filha, que viviam, há cinco anos, aterrorizadas por vizinhos, em Ermesinde, já foram realojadas e já se encontram a viver na nova casa, num complexo habitacional municipal de Valongo.
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Terminou o pesadelo de Andreia Pereira, de 45 anos, e da filha, Laís, com 13 anos. Mãe e filha já se encontram a viver num complexo habitacional da Câmara Municipal de Valongo, ao fim de cinco anos de sofrerem ameaças de vizinhos que ocuparam uma casa por baixo do apartamento arrendado, onde viviam em Ermesinde, depois de uma vida marcada por violência doméstica e problemas de saúde.
“Numa localização pacata, este complexo habitacional público do Município de Valongo, disponibilizou a habitação de dois quartos com roupeiros embutidos, piso em madeira, uma casa de banho grande, uma boa despensa, uma cozinha com móveis novos e uma grande sala. As janelas são novas e eficientes e o prédio inteiro foi remodelado recentemente ao abrigo dos Fundos Europeus do PRR”, divulgou-se nas redes sociais.
O apartamento T2 já dispõe de água, gás e eletricidade e foi totalmente equipado, com mobiliário e eletrodomésticos novos, graças a uma onda solidária que se gerou para ajudar Andreia Pereira e a filha que, devido ao pesadelo que passavam com os vizinhos, ainda acumularam uma dívida de 20 mil euros de água.
O fundo solidário também permitiu suportar apoio jurídico, psicológico e cuidados médicos urgentes, “por muito tempo”, conforme se lê na publicação de agradecimento pelo apoio dado a mãe e filha. “Ainda vivemos em sobressalto”, diz Andreia Pereira, embora não contenha a emoção pela nova vida que está prestes a iniciar com a filha.
A situação da família foi considerada prioritária pela Câmara de Valongo. Andreia Pereira vivia há cinco anos num T1, que arrendou por 250 euros, tendo que suportar todas as despesas com 600 euros que recebe de uma pensão de invalidez. Pensava que ia iniciar uma vida nova, depois de ter sido vítima de violência doméstica. Mas uma família ocupou a caixa por baixo e o inferno começou.
Desde então, sucederam-se os relatos de barulho extremo, ameaças e episódios de intimidação.
O caso agravou-se quando, em maio de 2023, Andreia recebeu uma fatura de água superior a cinco mil euros. A conta chegou a atingir os 20 mil euros, devido a duas ligações ilegais alegadamente feitas pelos vizinhos. E Andreia, incapaz de a pagar, acabou por ter que viver sem água na sua habitação.
