
A estreia de Vitale recuperou a estética ousada da casa italiana, mas a sua passagem foi curta
Fotos: Versace
A saída de Dario Vitale surge apenas dois dias depois da conclusão da aquisição da Versace pelo Grupo Prada, apanhando o setor da moda de surpresa. Sem sucessor anunciado, a casa italiana atravessa agora um momento de incerteza sobre o rumo criativo que seguirá.
O anúncio caiu como um sinal claro de mudança acelerada na Versace. Menos de um ano depois de ter sido escolhido para assumir o legado de Donatella Versace, o estilista napolitano prepara a sua saída já a 12 de dezembro, numa decisão apresentada como consensual entre ambas as partes.
A marca agradece a "extraordinária contribuição" de Vitale e assegura que a equipa de design continuará a trabalhar sob a orientação do CEO Emmanuel Gintzburger, enquanto se aguarda pelo nome do próximo diretor criativo.
Com um percurso consolidado dentro do Grupo Prada, sobretudo durante os 14 anos na Miu Miu, Dario Vitale chegou com a missão de revitalizar o glamour ousado que tornou a Versace famosa. A sua estreia em setembro, carregada de energia e de referências aos anos 80, foi rapidamente apontada como um dos desfiles mais vibrantes da temporada.
Uma saída que levanta muitas questões
A surpresa nos bastidores da moda é grande, especialmente porque o designer tinha passado 14 anos na Miu Miu, do Grupo Prada, e era apontado como aposta sólida para revitalizar a Versace. Fontes do mercado acreditavam até que o seu contrato fosse prolongado até fevereiro, quando deveria apresentar a coleção de outono.
Donatella Versace mostrou-se satisfeita com a venda da marca em abril, afirmando sentir-se "honrada por ter a marca nas mãos de uma empresa familiar italiana tão conceituada". Porém, não esteve presente no desfile de estreia de Vitale, ausência interpretada como sinal de tensões internas. A casa atravessa também uma fase delicada em termos financeiros, com analistas a preverem uma quebra nas vendas já em 2025.
Entre os profissionais do setor, cresce a especulação sobre o próximo passo do criador italiano. A vaga em aberto na Balmain, após a saída de Olivier Rousteing, alimenta teorias de que Vitale poderá rumar a Paris e manter-se entre os grandes nomes da moda europeia.
Para já, o futuro da Versace está em aberto. O desafio será não só substituir um diretor criativo em tempo recorde, mas também devolver à marca o fulgor e a força maximalista que a tornaram símbolo global de luxo e ousadia.

